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Delegado Wagner Pinto ouviu primo de Bruno na quinta-feira
Delegado Wagner Pinto ouviu primo de Bruno na quinta-feira

MG – Busca por corpo de Eliza Samudio pode ser adiada devido à chuva

A chuva que cai forte em Belo Horizonte (MG) desde a madrugada desta sexta-feira pode adiar a escavação em busca do corpo de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. Os trabalhos em um terreno perto do aeroporto de Confins, na região metropolitana, estavam previstos para começar as 9h, mas irão atrasar.

Delegado Wagner Pinto ouviu primo de Bruno na quinta-feira
Delegado Wagner Pinto ouviu primo de Bruno na quinta-feira

Às 8h30, o delegado Wagner Pinto, um dos responsáveis pela investigação, ainda estava na Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP). Junto com uma equipe, ele irá avaliar se há condições para fazer as buscas. O percurso da DHPP até o local onde Jorge Lisboa Rosa Sales, primo do ex-jogador do Flamengo, disse que viu a ex-amante do atleta ser enterrada após ter sido morta pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Macarrão, leva entre 30 a 40 minutos.

Ontem, o primo de Bruno indicou à polícia o local onde estaria o corpo de Eliza. Jorge chegou a Belo Horizonte, por volta das 5h da madrugada, escolatado por policiais militares do Rio de Janeiro. Ele estava acompanhado pelo advogado Nélio Andrade, ligado à rádio Tupi, também do Rio. Anteriormente, em entrevista à emissora, o jovem disse saber onde estava o corpo, pois teria judado a enterrá-lo.

Segundo o advogado, Jorge disse que saberia mostrar o local se eles saíssem da casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que seria o executor da vítima, e que seria perto do aeroporto de Confins. Após cerca de duas horas, o rapaz conseguiu indicar um lote vago, na região metropolitana de Belo Horizonte, porém mais perto do sítio de Bola que do aeroporto. Mas como ele havia diantado, a área tinha um coqueiro e vegetação alta. “Ele deu 100% de certeza de ser ali”, afirmou o delegado Wagner Pinto, um dos responsáveis pela investigação.

O advogado que acompanha Jorge disse que o primo de Bruno se emocionou e chorou ao chegar ao local. O delegado havia encontrado o grupo em uma Companhia da Polícia Militar. Então, Jorge foi levado ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa, onde foi ouvido das 17h até por volta das 20h30.

O caso Bruno
Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão.

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado.

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, foi condenado a 22 anos em abril de 2013.