Dois funcionários do Hospital de Gimirim, em Poço Fundo, no Sul de Minas Gerais, foram agredidos por dois irmãos que não aceitaram ter que esperar que uma mulher grávida em trabalho de parto fosse atendida primeiro. O caso foi registrado na última segunda-feira (28) e as imagens das câmeras de segurança divulgadas na última terça-feira (29)
Segundo as informações do enfermeiro Sávio Souza Bueno, de 29 anos, um dos agredidos, Gleidson Justino, de 26 anos, deu entrada na unidade de saúde para fazer exame de corpo delito juntamente com outros dois jovens, todos detidos após uma briga em um bairro da cidade. “Após passarem pelo exame, eles foram para a delegacia e por volta de 17h50 ele já havia sido liberado e voltou ao hospital”, relatou.
Pouco antes de retornar ao local, a mãe do rapaz, que faz tratamento de hemodiálise, chegou à unidade hospitalar, passou pela triagem e aguardava pelo atendimento. “Nisso chegou ele e a irmã, de 31 anos. Ela colocou ele em uma cadeira de rodas e entraram com o jovem gritando, falando que estava com dor. Pedi para aguardarem para passar pela triagem, pois uma grávida em trabalho de parto estava na sala e, em questão de 2 minutos de espera, ele surtou e chutou a cadeira de rodas. Por causa de pouco tempo ele acabou atrapalhando inclusive o atendimento da mãe dele”, lembrou o enfermeiro.
Após tentar jogar a cadeira dentro da sala de triagem, o jovem invadiu a recepção promovendo uma quebradeira. Ao ver o que acontecia, a mãe do suspeito tentou contê-lo em vão. Logo em seguida foi a vez da irmã dele bater no recepcionista que tentava acionar a Polícia Militar (PM). A dupla foi para o segundo andar, onde continuou a confusão, retornando para a sala de triagem onde voltaram a agredir o enfermeiro e o recepcionista.
“Levei a gestante que estava até passando mal para o consultório e pus meu colega que foi agredido dentro da minha sala. Nesse momento que tomei muito chute, tapa, arranhões. Só fugiram quando viram que a PM tinha sido acionada”, relatou Bueno. Após buscas, o jovem não foi encontrado, mas a irmã dele sim. “Ela prestou depoimento e foi liberada também. Ela negou tudo, mas as imagens mostram tudo o que aconteceu”, disse.
Medo
Ainda de acordo com Bueno, ele e os demais colegas de hospital estão com medo de trabalhar após a confusão. “A gente fica inseguro, porque a entrada é livre no hospital. Vivemos em uma cidade pequena, mas não pacata. O meu colega, que também foi agredido, está de licença por 10 dias e já avisou a diretora que não volta enquanto não tomarem alguma providência”, afirmou o enfermeiro.
Segundo o funcionário, não existe nem sequer uma grade para separar os pacientes dos funcionários. Esta seria a terceira vez somente neste ano que ocorre confusão nas dependências da unidade de saúde. “Não tem segurança lá, só quando está tendo algum evento na cidade. Uma menina que trabalhava aqui e foi agredida até largou o serviço. O hospital é filantrópico e recebe suporte da Prefeitura. Mas imagino que a situação não está boa, pois ficamos três meses sem salário e só recebemos tudo este mês”, relatou.
A direção do hospital não se posicionou sobre o caso.
Veja o vídeo das agressões: