Os oftalmologistas recomendam: hidrate os olhos várias vezes ao dia, antes que tenham “sede” ou desidratem, assim como devemos fazer com nosso organismo, por meio da ingestão frequente de água. As lágrimas possuem um papel orgânico muito importante: hidratar a superfície ocular e evitar que a área fique seca, além de proteger da ação de agentes externos, como bactérias e partículas de poeira. Quando o olho fica seco, significa que há algum problema na produção do filme lacrimal, o que pode causar não só ardência e sensação de areia nos olhos, como problemas mais graves na visão.
Para prevenção e tratamento do olho seco e irritação ocular, há diversas lágrimas artificiais no mercado. O olho seco pode se manifestar de diferentes maneiras. Além do olho seco evaporativo (aumento da perda do filme lacrimal por evaporação devido à deficiência da camada lipídica da lágrima), que acontece por conta do ar-condicionado, poluição ou exposição em frente à TV ou ao computador por longos períodos, existe o olho seco por deficiência aquosa (disfunção na qualidade e quantidade do filme lacrimal), ligado a doenças sistêmicas e autoimunes (tais como artrite reumatoide, leucemia, entre outras), idade avançada, bem como deficiência hormonal ou uso contínuo de determinados medicamentos como anestésicos, antidepressivos, anticoncepcionais, entre outros.
Para descobrir Existem várias formas de diagnosticar o olho seco e o oftalmologista é o médico adequado para avaliar e orientar sobre a saúde visual. O profissional deverá medir a produção, a taxa de evaporação e a qualidade das lágrimas por meio de testes específicos. O Teste de Schirmer é o mais utilizado e consiste na colocação de uma tira de papel de filtro de 35 x 5mm, com os primeiros 5mm dobrados nos olhos. Após 5 minutos, mede-se a quantidade de umedecimento da tira de papel. Valores superiores a 10 mm são considerados normais.
Incidência
A maior causa do olho seco é o processo natural de envelhecimento já que, com o avançar da idade, o volume de produção das lágrimas lubrificantes diminuem devido ao envelhecimento natural das células produtoras dos seus componentes. Segundo dados da APÓS (Associação Brasileira de Portadores de Olho Seco), aos 65 anos, uma pessoa produz 60% menos lágrimas do que produzia aos 18 anos, estimando assim que a incidência do olho seco na população com mais de 65 anos gire ao redor de 15% a 40%.
Já na população em geral, estudos sugerem que cerca de 10% da população de um país devem ser portadoras da doença, número que, no Brasil, representaria cerca de 18 milhões de pessoas. Já as mulheres têm maior prevalência de olho seco em comparação aos homens, devido às alterações hormonais da idade e à menopausa.
Lágrima artificial ajuda a proteger os olhos da poluição e do tempo seco
Para que os olhos não sofram com a alta concentração de partículas de poluição que aumentam sua incidência quando o tempo está seco é preciso mantê-los lubrificados. A saída, muitas vezes, é recorrer às lágrimas artificiais. Isso por que a lágrima que nosso corpo produz naturalmente tem a função de proteger os olhos e evitar que ocorram alergias, já que lubrifica os olhos constantemente. Porém, em função de determinados fatores, tais como poluição, tempo seco, entre outros. Essa lubrificação pode não ser ideal, gerando a necessidade do uso de lágrimas artificiais.
“O ar seco piora a lubrificação dos olhos e pode causar ardência e desconforto. Além disso, a irritação prejudica o bom desempenho da visão nas atividades diárias, seja em casa ou o trabalho”, diz o médico especialista em Superfície Ocular, Dr. Sérgio Kandelman. “O ideal é que as pessoas que sentirem esses sintomas nesse cenário procurem um oftalmologista para evitar problemas futuros na visão”, complementa.
O alto tráfego de carros, ônibus e caminhões contribui para a poluição nas cidades. Quanto mais trânsito, mais partículas em excesso ficam suspensas no ar, que prejudicam a saúde dos olhos e geram muito incômodo, principalmente em usuários de lentes de contato. “Sempre recomendo aos pacientes que usem lágrimas artificiais diariamente para manter os olhos protegidos e lubrificados”, recomenda o Dr. Kandelman.
O oftalmologista alerta que não é somente em ambientes ao ar livre que devemos ter cuidado com os olhos. Essa alternância de ambientes com poluição na rua e ar-condicionado em ambientes fechados, como escritórios e escolas, ambos secos, também prejudica muito. O médico faz um alerta para quem trabalha em frente ao computador e fica muitas vezes sem piscar: “Nesse caso, é muito importante lubrificar os olhos mais de uma vez por dia para mantê-los saudáveis e evitar que haja alguma sequela”, completa.
O que acontece com o olho quando fica seco? Quando o olho fica seco significa que há algum problema na produção da lágrima ou nas suas características próprias, o que pode causar não só ardência e sensação de areia nos olhos, como problemas mais graves. Quando não diagnosticado e tratado diretamente, o olho seco pode evoluir para a Síndrome do Olho Seco ou uma lesão na superfície ocular, podendo causar até mesmo a perda da visão.
Lágrimas artificiais Atualmente existem lágrimas artificiais com conservantes com mínima agressão ao epitélio da córnea e outros sem conservantes, que vêm em flaconetes ou em frascos especiais para preservação de seu conteúdo.