Nilson Apollo

Coluna do Nilson Apollo – As chaves da vida nas mãos do rei (Momo)?

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Coluna do Nilson Apollo – As chaves da vida nas mãos do rei (Momo)?

Ele vivia no Olimpo, era o “deus” do sarcasmo e do delírio, seu gorro com guizos chamavam a atenção para si, assim como a máscara e a boneca que carregava em ambas as mãos, rindo e tirando “trolando” os outros “deuses”,  que ocupados, entregavam-se aos seus diversos ofícios.

Era como aquele chato que todo mundo sabe que é chato, menos ele, que insistia em suas brincadeiras, cutucões ao falar, lançando perdigotos e bêbado, o chato da turma.

“Por causa disso, suas inconveniências acabaram por lhe concederem o título de ‘persona non grata” no Olimpo, fazendo com que fosse expulso do lugar, para que fosse importunar em outras freguesias, no Hades, ou no Brasil, talvez (risos), pois os deuses tinham mais o que fazer.

Embora inconveniente, os gregos e romanos, antes da era cristã incorporavam essa mitológica figura em muitas de suas festas que envolviam muito sexo regrado à bebida  e irresponsabilidades.

Alguns registros históricos mostram que, por volta dos séculos IV e V a.C, nessas festas, o rei Momo, geralmente escolhido por ser extrovertido e “gordinho” desfilava livremente  entre os foliões, daí nasceu a inspiração para o que hoje no período de carnaval chama-se de rei no Brasil, ou do Brasil. Nos bacanais romanos, escolhiam o que consideravam ser o mais bem aparentado soldado.

Ao encerrarem  as comemorações, o “Rei Momo” era sacrificado no altar de Saturno., pois de fato, nenhum império sobreviveria sob a égide de tal rei.

Posteriormente, passou-se a escolher o homem mais obeso da cidade, para servir de símbolo da fartura, do excesso e da extravagância.

Então meus amigos e amigas folionas, preparem-se para o carnaval, pois as chaves do Brasil, o país da carnavália, serão entregues nas mãos do “Rei Momo”.

Serão dias em que muitos fiéis súditos, sentirão-se à vontade para seguirem as regras do reino da orgia e da esbórnia, para conduzirem suas carruagens (vidas) embriagadas pelo excesso do álcool, do sexo desregrado e descompromissado, do abandono de suas responsabilidades laborativas, cívicas, sociais e familiares e da amnésia de quem são e querem da vida. Muitos somente se darão conta de suas inconveniências quando se depararem com suas fogueiras ao fim da folia, com a chegada das multas de transito, apreensão de seus veículos, acordarem paraplégicos em um leito de hospital, ou encarcerado por haver  matado uma ou mais pessoas em seus momentos de devaneios momescos.

Oxalá que a fogueira conseguisse queimar as herpes, Dst’s, gravidez indesejadas, prejuízos obtidos ou causados, no físico, na alma e no espirito.

Segundo balanço da Operação Carnaval, realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em 2017, foram registrados 1.696 mil acidentes em rodovias federais neste ano, contra 1.791 ocorrências do tipo observadas em 2016. No período do Carnaval, no entanto, foram contabilizados 140 óbitos, contra 113 no feriado do ano passado.

A pasta informou que entre a última sexta-feira (24) e quarta-feira (1°), a PRF registrou 323 acidentes considerados graves, com vítimas graves ou óbitos, contra 397 acidentes do mesmo tipo registrados no ano passado, o que representou uma redução de 18,64%. Esses são dados em relação ao transito.

Economistas e profissionais do turismo calculam que serão injetados R$ 11 bilhões de reais na economia brasileira neste carnaval 2018, quantia significativa em nossa moribunda economia em crise, o que não nos permite boicotar ou desestimular a festa, porem, cabe a nós todos, evitarmos a fogueira da ressaca na quarta-feira de cinzas e nos meses posteriores.

Aos que brincam o carnaval, e não são todos, que o façam sem se queimarem, ou entregarem as chaves de suas vidas nas mãos de ninguém, que não seja suas próprias consciências.

O Rei Momo não é o mais indicado para reinar… Os deuses do panteão já nos deram o exemplo…

Nilson Apollo Belmiro Santos

 

Nilson Apollo Santos

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