Governo federal quer privatizar os Correios
A lentidão na entrega de correspondências pelos Correios tem afetado a população do Estado de Minas Gerais
Em janeiro, e economista Rodrigo Silveira, 42, ficou durante todo o mês sem o serviço, o que causou transtornos para o pagamento das contas. “Foi uma dor de cabeça pagar todas as faturas pelo código de barras”, lembra. O problema levou Rodrigo a formalizar uma reclamação junto à ouvidoria dos Correios. A resposta, que chegou no mês passado, irritou o economista. “Além de dizer que o problema não existia, mandaram que eu conferisse a caixa de correspondências. Me chamaram de idiota”, reclama.
Para o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-MG), o transtorno é causado pelo déficit de funcionários no Estado, número que chega a quatro mil, segundo o presidente da entidade, Robson Silva. No acordo coletivo firmado no ano passado, alguns sindicalistas ligados ao governo aprovaram uma cláusula que garante aos Correios a contratação de funcionários por tempo determinado. “Essa contratação, mais barata, vai extinguir as carreiras”, acusa Silva.
Hoje, já são 15 mil funcionários terceirizados em todo o Estado, para revolta dos efetivos. “O governo federal quer privatizar os Correios. Nossa luta é contra essa situação”, defende o líder do sindicato. A categoria decretou greve desde a última terça-feira, até as 22 horas de hoje. Robson Silva ressalta ainda que a empresa tem incentivado a saída de servidores por meio de Plano de Demissão Voluntária (PDV), o que causou 8.000 cortes no país. A meta, segundo a categoria, é que mais 14 mil demissões aconteçam ainda neste ano.
Outra briga é contra o concurso para contratação de funcionários temporários. Segundo Robson Silva, isso seria uma ameaça também ao sigilo das correspondências, já que os novos contratados não recebem treinamento adequado.