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Montes Claros – Pacientes oncológicos previnem problemas dentários no Hospital Dilson Godinho

Montes Claros – Pacientes oncológicos previnem problemas dentários no Hospital Dilson Godinho

Montes Claros - Pacientes oncológicos previnem problemas dentários no Hospital Dilson Godinho
Montes Claros – Pacientes oncológicos previnem problemas dentários no Hospital Dilson Godinho

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Com o objetivo de prevenir e reduzir o surgimento de úlceras bucais e controle de problemas odontológicos comuns em pacientes com câncer, a Fundação de Saúde Dilson de Quadros Godinho – Hospital Dilson Godinho mantém um Departamento de Odontologia, que contribui diretamente para que os pacientes em tratamento não sejam acometidos por inflamações dentárias.

Segundo o professor André Luiz Sena Guimarães, coordenador do Departamento de Odontologia do Dilson Godinho, criado em 2014, o tratamento odontológico para pacientes com câncer é de fundamental importância porque contribui para a melhoria da qualidade de vida, principalmente daqueles que estão tratando de casos de câncer de pescoço, laringe, garganta e esôfago.

“A radiação interfere no tecido do tumor e também em células saudáveis que estão próximas a ele. Os dentes sadios, gengiva, mucosa e glândulas salivares são alterados pela radioterapia, diminuindo a evolução do tumor, a divisão celular e a divisão de outras células que estão próximas. Isso gera alguns problemas a nível de circulação e diminui a luz dos vasos sanguíneos, reduz a nutrição, a defesa e propicia assim a infecção”, explica.

Ainda segundo o odontologista, com relação à mucosa, a diminuição da divisão celular provoca uma sensibilidade maior e qualquer atrito que existir será mais irritante e mais dolorido. “A radioterapia afeta também as glândulas salivares, diminuindo o fluxo salivar, a lubrificação, aumentando o atrito e o trauma da mucosa contribuindo para a inflamação da mucosa (mucosite). “A saliva tem efeito tampão na cavidade bucal e isso faz com que toda a alimentação ingerida, dependendo da quantidade de bactérias nos dentes, produza um ácido. Como exemplo, podemos citar o açúcar. Bactérias vão fermentá-lo produzindo um ácido, provocando a descalcificação do dente e ocasionando a cárie. Como a diminuição da saliva é muito grande, a incidência de cárie é maior, mais rápida e progressiva durante o tratamento, podendo ocasionar a perda dos dentes”.

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O dentista enfatiza ainda que durante o período de radioterapia, não se pode fazer a extração de nenhum dente devido à diminuição da divisão celular e à baixa nutrição pelo sangue, aumentando assim a chance de necrose óssea (osteoradionecrose). “Sendo assim, a infecção acaba sendo pior do que a própria doença e é de difícil controle”.

Já nos casos dos pacientes em tratamento com sessões de quimioterapia, de acordo com o dentista, ao contrário da radioterapia que produz efeito permanente a longo prazo, o efeito é mais momentâneo, durante o período da aplicação. “A quimioterapia interfere também nas células tumorais e nas células próximas ao tumor. Todo o sistema de defesa do local é diminuído. Uma pequena infecção na boca passa a ser um problema muito grande do ponto de vista de disseminação”.

André Luiz observa ainda que, quando a indicação for a radioterapia, o paciente deve passar pelo Departamento Odontológico para a remoção de todos os focos de infecção futura e recebimento de instruções em relação à higienização e cuidados bucais, para que o paciente possa ter uma vida mais tranquila. “Assim, o processo de atendimento tem alguns critérios que permanecem como prioridades. A primeira delas é relativa à ausência ou controle da dor de origem bucal ou dental, que deve ser avaliada para que o paciente tenha uma boa qualidade de vida”.