Norte de Minas – Maurílio Arruda, ex-prefeito de Januária, foge de viatura da Polícia Federal
Quem souber do paradeiro do advogado, maçom e ex-prefeito de Januária Maurílio Neris de Andrade Arruda deve telefonar para a Polícia Federal (2103-3210) ou lugar para a Polícia Militar (190). Ele é considerado foragido desde as 18h30min de ontem, ao protagonizar fuga com o auxílio de um motociclista ainda desconhecido.
Arruda estava sendo conduzido de Januária – onde foi preso pela manhã – para Montes Claros. Quando a viatura passava próximo ao Posto BR Mania, Arruda saltou do veículo e subiu na garupa de uma motocicleta que, segundo acredita a Polícia Federal, teria sido providenciada para resgatá-lo.
Os agentes da Polícia Federal não puderam atirar.
O local da fuga fica no centro de Montes Claros, com muito movimento de veículos e pedestres. Os agentes ainda tentaram correr atrás da motocicleta, sem êxito.
Nesta terça-feira, a Polícia Federal dará entrevista coletiva sobre o caso. O delegado-chefe da PF em Montes Claros, Marcelo Eduardo Freitas, informou que a fuga de Arruda reforça ainda mais os argumentos usados para pedir a decretação de sua prisão preventiva.
Freitas lamentou o fato e disse que episódio “serve de reflexão” sobre a proibição de uso ostensivo de algemas e transporte de preso no banco destinado aos passageiros ao invés do compartimento fechado dos camburões.
Candidato a prefeito em Januária é preso em operação da Polícia Federal
Maurílio Arruda (PTC), que já governou a cidade, é suspeito de participar de um esquema que desviou pouco mais de R$ 1 milhão em obras de pavimentação, calçamento e drenagem
O ex-prefeito de Januária, no Norte de Minas, Maurílio Arruda (PTC), foi preso nesta segunda-feira em operação da Polícia Federal. O político é suspeito de desviar R$ 1,03 milhão em obras de pavimentação, calçamento e drenagem de ruas na cidade.
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FRAUDES
O ex-prefeito de Januária foi preso mais uma vez em operação da PF e do Ministério Público. A Justiça bloqueia R$ 2,8 milhões em bens de ex-prefeito e ex-secretários de Januária por fraude. Arruda também é acusado de pressionar testemunha que sabia sobre desvio de recursos públicos em sua gestão por meio de fraude.
Maurílio teve a prisão temporária decretada por cinco dias. Ele é candidato novamente à prefeitura da cidade. Mas de acordo com o delegado Thiago Garcia Amorim, que comandou a operação, mesmo preso ele continuará concorrendo à eleição, já que teve a candidatura deferida pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
De acordo com o delegado, os supostos desvios envolvem cinco contratos cujas obras não foram executadas. “As investigações mostraram que os processos licitatórios eram direcionados para uma empresa, mas os serviços, quase na totalidade, não foram concluídos. As ruas continuam esburacadas ou na lama”, disse Thiago Amorim.
As fraudes em processos licitatórios para a contratação das obras começaram a ser apuradas na Operação Sertão Veredas, deflagrada pela Polícia Federal em 2013 para averiguar denúncias de irregularidades em gestões passadas nos municípios de Januária e Itaracambi.
Conforme revelou Thiago Amorim, o funcionamento do esquema foi revelado por meio de um acordo de delação premiada feito por um empresário, dono da empreiteira envolvida nas fraudes, preso na Operação Sertão Veredas e que aceitou colaborar com as investigações em troca de redução de pena. O acordo da deleção foi fechado em 2014. O nome do empresário (que seria dono de uma empreiteira de Montes Claros) é mantido em sigilo.
PRISÕES
Maurílio Arruda já esteve preso em outras duas ações da Polícia Federal, devido à suspeita de desvios de verbas públicas: em setembro de 2009, na Operação Esopo, que investigou irregularidades no Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) e em junho de 2014, na Operação Exterminadores do Futuro, que averiguou denúncias de desvios de verbas na construção de escolas na zona rural de Januária. De acordo com a PF, ele responde a mais de 20 processos.