Deseja Viajar? Garantimos os Melhores Preços!
CLIQUE AQUI - Para receber as notícias do Jornal Montes Claros direto no seu WhatsApp!!!

Um dos lançamentos mais importantes foi o glucagon – hormônio responsável por aumentar o nível de glicose no sangue – em pó intranasal, que tem como objetivo acelerar o tratamento da hipoglicemia
Um dos lançamentos mais importantes foi o glucagon – hormônio responsável por aumentar o nível de glicose no sangue – em pó intranasal, que tem como objetivo acelerar o tratamento da hipoglicemia

Novos dispositivos facilitarão a vida de quem tem diabetes

📲 Acesse o canal do JORNAL MONTES CLAROS no WhatsApp

Novos dispositivos facilitarão a vida de quem tem diabetes

De bombas de insulina ultrarrápidas a monitores contínuos de glicemia que não exigem picadas na pele, novas tecnologias ajudam médicos e pacientes a administrar os níveis de açúcar no sangue e a evitar as complicações do diabetes. Essas e outras novidades foram divulgadas no 30° Congresso Internacional de Tecnologias Avançadas e Tratamentos para Diabetes, que aconteceu na Áustria, no mês passado. O evento reuniu milhares de especialistas do mundo todo. 

Um dos lançamentos mais importantes foi o glucagon – hormônio responsável por aumentar o nível de glicose no sangue – em pó intranasal, que tem como objetivo acelerar o tratamento da hipoglicemia
Um dos lançamentos mais importantes foi o glucagon – hormônio responsável por aumentar o nível de glicose no sangue – em pó intranasal, que tem como objetivo acelerar o tratamento da hipoglicemia

 

Um dos lançamentos mais importantes foi o glucagon – hormônio responsável por aumentar o nível de glicose no sangue – em pó intranasal, que tem como objetivo acelerar o tratamento da hipoglicemia – quando há uma queda acentuada de açúcar no sangue – e impedir complicações para a saúde de quem tem a doença.

“O método tradicional de aplicação acontece por meio de injeções, o que pode retardar a estabilização da glicemia. Há casos em que a pessoa não sente os sintomas da hipoglicemia e pode acabar desmaiando, perdendo a consciência, entrando em coma ou até tendo convulsões. Nesse caso, a aplicação do hormônio via nasal seria rápida – em até 30 minutos –, indolor e nada invasiva ao paciente”, afirma o endocrinologista Levimar Rocha Araújo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, um dos representantes do país no congresso. A liberação do medicamento deve ser submetida à Food and Drug Administration (FDA), dos EUA, ainda nesse semestre.

De acordo com o médico, outro aliado no combate ao diabetes é o dispositivo Eversense – um pequeno sensor colocado sob a pele para monitorar os níveis de glicose. “Ele é implantado no braço do paciente, permanecendo no local por até 90 dias. Ele está aparelhado com um pequeno transmissor, aplicado como patch sobre o sensor implantado, que fornece leituras para um aplicativo de smartphone dando informações de glicose em tempo real, incluindo dados de tendências e alertas para hipoglicemia e hiperglicemia”, explica o médico.

Araújo ressalta que o monitoramento com esse software, juntamente com o celular, facilita a vida do paciente. “Esse processo permite que ele não precise ficar dando picadas nos dedos todas as vezes, o que é incômodo. Basta passar o celular por cima do sensor, que ele recebe as informações e repassa para o especialista”, esclarece.

O endocrinologista ainda destaca a insulina Fiasp, com atuação mais ágil do que a ultrarrápida, já conhecida no mercado, que teve melhorias em seu processo de fabricação. “Ao ser injetada, ela age apenas em cinco minutos, o que podemos considerar um tempo muito positivo. Para termos uma ideia, aqui, no Brasil, temos a insulina ultra-rápida, que age em 15 minutos, e a rápida, que faz efeito em 30 minutos”, aponta.

Araújo destaca que as novas tecnologias, além de melhorar o tratamento do diabetes, promovem a autonomia do paciente e beneficiam a relação com o médico. “O portador do diabetes tem o direito e deve levar uma vida da maneira mais normal e saudável possível. A tecnologia também nos aproxima desse paciente, permitindo que haja mais interação entre nós e menos tempo preenchendo requerimentos e fichas”, afirma o endocrinologista.

Ciência

Encontro. O próximo Congresso Internacional de Tecnologias Avançadas e Tratamentos para Diabetes está marcado para acontecer em fevereiro do ano que vem, no Canadá.

UFMG desenvolve aplicativo

Alunos e professores de diversos cursos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)– entre eles, enfermagem, letras e ciência da computação – estão trabalhando, há três anos, no desenvolvimento de um aplicativo em prol das pessoas com diabetes. Chamado de Agito, o software tem como principal objetivo trabalhar a parte emocional e sentimental dos adolescentes diabéticos, por meio da interação com um avatar que os incentiva a praticar o autocuidado.

De acordo com Heloísa Carvalho, professora da Escola de Enfermagem da UFMG, uma das responsáveis pelo projeto, o aplicativo tem o conteúdo produzidos por profissionais da área de saúde e se relaciona com o adolescente por meio de perguntas, sugestões e desafios. “O jovem é convidado a se abrir, a dizer o que se sente, porque isso impacta diretamente a qualidade de vida. O avatar já pergunta como ele se sente naquele dia e, dependendo da resposta, sugere que ele dê uma caminhada, ouça uma música ou realize outra atividade que lhe faça bem”, diz.

Heloísa afirma que não é somente a parte psicológica que conta. “Queremos ajudar no tratamento da doença. Para isso, trabalhamos a contagem de carboidratos, o nível glicêmico dos alimentos, a atividade física e a aplicação da insulina”, diz.

O software está na fase final de desenvolvimento e deve ser testado a partir do mês de julho. “Escolhemos adolescentes que fazem tratamento no Hospital das Clínicas para serem os primeiros usuários do programa”, conta. O objetivo da equipe é que o Agito esteja disponível gratuitamente à população até o primeiro semestre do ano que vem.

Uma das interessadas no aplicativo é a estudante Giovanna Costa, 15. Há cinco anos, ela foi diagnosticada com diabetes. “No começo foi muito difícil, porque eu era muito nova. Mas hoje lido muito bem com a doença. Aplico insulina, faço contagem de carboidratos, o que flexibiliza bastante a dieta, que já não é mais tão restritiva quanto antes”, diz.

A estudante afirma que está empolgada com a chance de usar a tecnologia a seu favor. “O diabetes, infelizmente, não tem cura. Mas acredito que o Agito facilitará ainda mais os diabéticos no dia a dia”, pontua a jovem.