Vacina contra a Covid-19 pode estar pronta até outubro, diz CEO da Pfizer
Executivos de empresas farmacêuticas disseram que uma ou várias vacinas contra a Covid-19 podem começar a ser lançadas antes de 2021, mas alertaram que os desafios podem ser “assustadores”, pois estima-se que sejam necessárias 15 bilhões de doses para interromper a pandemia.
“Se tudo correr bem e as estrelas estiverem alinhadas, teremos evidências suficientes de segurança e eficácia para que possamos tomar uma vacina (contra a Covid-19) no final de outubro”, disse o CEO da Pfizer, Albert Bourla.
Bourla foi um dos executivos que participaram da reunião virtual de grandes farmacêuticas organizada pela Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas (IFPMA, na sigla em inglês).
Corrida contra o tempo
Atualmente, mais de cem laboratórios ao redor do mundo estão se esforçando para criar uma vacina contra o novo coronavírus. Dez chegaram à fase de testes clínicos em humanos, entre eles a própria Pfizer, que se uniu à empresa alemã Biontech para desenvolver possíveis vacinas contra a Covid-19 na Europa e nos Estados Unidos.
“A esperança de muitas pessoas é que tenhamos uma vacina, espero que várias, até o fim deste ano”, disse Pascal Soriot, chefe da AstraZeneca, que, em parceria com a Universidade de Oxford, também trabalha em outra candidata a vacina contra o novo coronavírus, já em fase de testes no Reino Unido.
Desafio: 15 bilhões de doses
O diretor da IFPMA, Thomas Cueni, apontou estimativas de que o mundo precisará de cerca de 15 bilhões de doses para interromper o avanço do coronavírus, colocando enormes desafios tanto de produção como de logística. “Não teremos quantidades suficientes desde o primeiro dia, mesmo com os melhores esforços”, disse Cueni.
Segundo os executivos, outro obstáculo poderá ser a falta de frascos de vidro para armazenar as doses. “Não existem frascos suficientes no mundo”, disse o CEO da AstraZeneca. Já se cogita até a possibilidade de dispor várias doses em um único frasco.
Paul Stoffels, vice-presidente e diretor científico da Johnson&Johnson, disse que, se forem necessárias 15 bilhões de doses, será preciso que haja várias vacinas diferentes contra a Covid-19 para satisfazer a demanda mundial.