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Leandro Heringer
Leandro Heringer

Coluna de Leandro Heringer – Vacinas, Sociedade e o Desafio da Comunicação Governamental

No dia 20 de março, o Ministério da Saúde realizou uma postagem sobre a vacina contra Covid-19, utilizando uma animação inovadora, com explicações feitas “pelas vacinas”. Esse formato busca aproximar a linguagem do público.

Explicar o processo de aprovação de vacinas é fundamental para fornecer informação ao público pagador de impostos, que participa de decisões sobre políticas públicas e elege representantes. No entanto, a comunicação do Governo Federal enfrenta críticas da população, da mídia independente e de profissionais da saúde e comunicação.

A tentativa de inovar na forma e no conteúdo é positiva, especialmente no campo da comunicação em saúde, que frequentemente adota um tom professoral. Essa abordagem, combinada com mensagens no imperativo, pode afastar e causar rejeição por parte da população.

Com acesso a fontes como artigos científicos e produções de especialistas, a população analisa criticamente os conteúdos. Parte dos profissionais ainda adere ao conceito do “efeito bala” da Escola Americana de Comunicação, que pressupõe resposta automática às mensagens, sem resistência do receptor. Porém, tal perspectiva desconsidera o senso crítico das pessoas, como demonstrado pelo conceito de “massa” da Escola de Frankfurt, popular no rádio e TV do século XX.

No contexto atual, a não obediência às orientações oficiais pode gerar sentimento de revolta. A postagem criticada utilizou o termo “sommelier de vacina”, uma expressão pejorativa que desrespeita aqueles que questionam ou analisam criticamente as vacinas.

A informação sobre eficácia, efeitos colaterais e benefícios das vacinas pode ser acessada em revistas científicas renomadas. Utilizar termos desrespeitosos aumenta a distância entre o governo e os cidadãos, favorece a polarização e intensifica a rejeição.  

Críticas construtivas não são desinformação; elas são oportunidades para melhorar produtos, serviços e a comunicação governamental. É essencial reconhecer o novo contexto relacional entre governo e população. A busca por inovação é válida, mas o próximo passo deve ser avançar do “monólogo das vacinas” para um diálogo real com a sociedade.