Brasil – Patricia Moreira pretende se tornar “um exemplo contra o preconceito”

Em entrevista concedida ao jornal “Zero Hora”, no fim da tarde de terça-feira (16), Patrícia Moreira da Silva disse que não se considera racista e que é normal ouvir manifestações deste tipo na torcida do Grêmio. Na conversa, Patrícia afirmou que quer se tornar um símbolo brasileiro contra o preconceito.

A jovem destacou que vem sofrendo ameaças de estupro e morte pelas redes sociais e que está se sentindo uma prisioneira; Patrícia disse que está arrependida de tudo o que aconteceu
A jovem destacou que vem sofrendo ameaças de estupro e morte pelas redes sociais e que está se sentindo uma prisioneira; Patrícia disse que está arrependida de tudo o que aconteceu

“Pretendo mudar essa imagem. Ser um exemplo que englobe todos os times, torcidas. Não vale a pena mesmo, tem que pensar antes de falar qualquer coisa”, disse.

A jovem destacou que vem sofrendo ameaças de estupro e morte pelas redes sociais e que está se sentindo uma prisioneira. “Fiquei com medo de que fossem fazer alguma coisa comigo dentro de casa, foi um dos motivos de eu não ter voltado”, explicou. Há algumas semanas, a casa de Patricia foi apedrejada e incendiada em Porto Alegre. Atualmente a jovem mora com familiares.

Para ela, ter chamado o goleiro do Santos Aranha de macaco em partida da Copa do Brasil no final de agosto, não quer dizer que ela seja racista e que tudo aconteceu “no calor da emoção”.”As pessoas estavam gritando e eu peguei e gritei também. Fui no embalo da torcida, no calor do jogo”, comenta.

Patrícia disse respeitar a decisão do goleiro de não querer encontrá-la e ressalta que está arrependida de tudo o que aconteceu. “Me arrependo por ter afetado eles (Aranha e a família), de fazê-los se sentir menores. De forma nenhuma quis ofender”.