Campanha alerta sobre riscos de ‘denunciar’ blitze

Desde que as operações da Lei Seca começaram nas grandes cidades do país, a principal saída encontrada para os que ainda optam por beber e dirigir são aplicativos e redes sociais que informam os locais das blitze. Aproveitando a Semana Nacional do Trânsito, a agência RC Comunicação lançou uma campanha para alertar sobre o perigo da disseminação desses alertas.

Um dos redatores da campanha, o publicitário Igor Oliveira, 33, explica que a ideia é mostrar para quem usa esses avisos na internet que além deles, criminosos como assaltantes, traficantes e sequestradores, também podem “se beneficiar” desses alertas.

“A nossa operação não é contra quem segue, mas contra quem alimenta esses perfis. Eles não têm ideia de que essa informação chega para muito mais gente”, explica Oliveira.

Para essa conscientização, eles criaram perfis falsos, como se fossem de bandidos. Com eles, os responsáveis respondem às pessoas que compartilham os dados das blitze, agradecendo a “ajuda”.

A estudante Julia Miranda, 23, era usuária assídua dos perfis na internet que avisavam sobre as blitze em Belo Horizonte e região, mas sempre se preocupou com o fato de que as informações poderiam ser usadas por pessoas com intenções criminosas. “Por isso achei até positivo quando o fluxo começou a diminuir. O número de postagens já foi muito maior”, diz.

A campanha não é restrita a Belo Horizonte e está sendo divulgada em outras capitais, como o Rio de Janeiro – onde as páginas têm mais força – São Paulo e Porto Alegre. A agência recebeu apoio da ONG Não foi Acidente, que está ajudando a divulgar a campanha.

Além disso, eles fizeram um vídeo em parceria com as produtoras Quarteto Filmes e Ovelha Negra – ele está disponível no You Tube.

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