O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais vai cobrar mais rigor nas investigações de casos de violência contra profissionais da imprensa. O pedido será feito nesta quarta, em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul da capital.
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O repórter fotográfico de O TEMPO Denilton Dias, atingido com um tiro de bala de borracha dado pela Polícia Militar durante um protesto contra o aumento das passagens no mês passado, na capital, será um dos depoentes na Casa.
“Nosso objetivo é combater a impunidade. Portanto, vamos cobrar da comissão um acompanhamento mais próximo dos casos de agressões contra jornalistas no exercício de sua profissão. Queremos também discutir medidas para evitar novas ocorrências”, explicou o presidente do sindicato, Kerison Lopes.
Segundo ele, normalmente, jornalistas são vítimas de violência em duas ocasiões: na cobertura de manifestações e quando estão denunciando algum tipo de crime praticado por terceiros. “Já procurarmos todas as instâncias da Justiça para cobrar uma punição aos culpados do caso do Denilton. Somente combatendo a impunidade, esse tipo de violência vai acabar”, comentou Lopes.
Procurada nesta terça pela reportagem, a Corregedoria da Polícia Militar informou que só iria se pronunciar sobre o episódio contra o fotógrafo durante a audiência pública.
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Lançamento. Durante os debates na Assembleia Legislativa, será apresentado o documentário “Impunidade mata”, que conta a história do assassinato do jornalista investigativo Rodrigo Neto, morto com três tiros, em 2013, em Ipatinga, na região do Vale do Aço.
O filme foi produzido pela Organização Não Governamental (ONG) Artigo 19, de São Paulo, que atua em defesa da liberdade de imprensa em todo o Brasil.
Saiba mais
Agressões. Em abril, o repórter fotográfico Beto Novaes também foi agredido, na praça da Liberdade, por um grupo de manifestantes contrários ao governo Dilma, devido à semelhança física do jornalista com o ex-presidente Lula (PT).
Direito. A liberdade de expressão é um direito assegurado pelo artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Números. Em 2014, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) registrou 129 casos de violência contra jornalistas, sendo três mortes. No ano anterior, foram 181 registros.
As informações são do Portal O Tempo
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