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Mulheres protestam contra veto a todos os tipos de aborto

Mulheres protestam contra veto a todos os tipos de aborto

Mulheres protestam contra veto a todos os tipos de aborto

“Legalize. O corpo é nosso. É pela vida das mulheres”. A música cantada em forma de protesto deu o tom ao ato realizado contra a Proposta de Emenda à Constituição 181/2015, que prevê a proibição do aborto até em casos de estupro, aprovada na semana passada por uma comissão especial na Câmara dos Deputados.

Mulheres protestam contra veto a todos os tipos de aborto
Mulheres protestam contra veto a todos os tipos de aborto

 

A manifestação reuniu mulheres, lideranças políticas e outros movimentos feministas nesta segunda-feira (13) na praça Sete, no Centro de Belo Horizonte. Os organizadores estimaram o público em 4.000 pessoas e a polícia, em 500. A manifestação chegou a fechar a avenida Afonso Pena por volta das 19h, seguindo na sequência em marcha pela região central da cidade. O ato foi uma mobilização nacional ocorrida em várias cidades do país, como Rio de Janeiro e São Paulo.

Segundo uma das organizadoras do movimento e representante do Coletivo Vivas Luara Colpa, essa é uma PEC apelidada de “Cavalo de Tróia” porque, originalmente, tratava sobre licença maternidade ampliada para mães com crianças prematuras. Porém, membros da bancada religiosa introduziram a questão do aborto nesse projeto.

Se passar em plenário, a proposta passa a proibir todos os tipos de aborto, inclusive os previstos em lei, como gravidez resultante de estupro e com risco de morte para a mãe – no caso de feto anencéfalo, o Supremo Tribunal Federal descartou que a interrupção da gestação seja crime.

“A gente vem nas ruas hoje porque, mais uma vez, as mulheres estão sendo vitimadas, golpeadas sucessivamente com essas medidas arbitrárias que atacam os nossos direitos”, afirmou Indira Xavier, do movimento de mulheres Olga Benario e da casa de referência para mulher Tina Martins.

“Em vez de a gente estar nas ruas hoje para discutir o aborto legal para as mulheres não morrerem, já que 20% delas no nosso país fazem algum tipo de aborto ou farão até os 40 anos, a gente está lutando para que aquilo que já foi assegurado possa permanecer”, completou Indira.

A integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas, Pâmela Teixeira, também comentou sobre o apoio ao ato. “A gente está aqui fortalecendo essa luta porque essa PEC está praticamente permitindo uma segunda violência contra e mulher, que é tornar o aborto ilegal até mesmo em caso de estupro”, diz.

Segundo a vereadora Áurea Carolina (PSOL), a proposta de emenda à Constituição representa um “grave retrocesso”. “Nós defendemos a legalização do aborto em todos os casos, porque é uma questão de cidadania e autonomia das mulheres”, afirmou.

O apelido. Para os movimentos, a PEC é uma manobra da bancada religiosa. O apelido faz referência ao cavalo de madeira símbolo da vitória dos gregos sobre troianos.

Tramitação. Com a aprovação do texto-base, os deputados da comissão passarão a analisar, no próximo dia 21, sete destaques que podem alterar o conteúdo da proposta.

Famosas. Muitas mulheres famosas usaram suas redes sociais para apoiar publicamente o ato marcado para esta segunda-feira (13), entre elas as atrizes Camila Pitanga, Letícia Sabatella e Bruna Linzmeyer, além da roteirista Antonia Pellegrino.