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Rompidos. Adalclever Lopes e Fernando Pimentel estão mais afastados após o PT decidir que Dilma Rousseff disputaria as eleições para o Senado, em vaga que interessa ao presidente da Assembleia de Minas
Rompidos. Adalclever Lopes e Fernando Pimentel estão mais afastados após o PT decidir que Dilma Rousseff disputaria as eleições para o Senado, em vaga que interessa ao presidente da Assembleia de Minas

Assembleia de Minas Gerais acolhe pedido de impeachment do governador Fernando Pimentel

Assembleia de Minas Gerais acolhe pedido de impeachment do governador Fernando Pimentel

Dois anos e quatro meses após o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) aceitar o pedido que terminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, o PT viverá, no nível estadual, um drama semelhante.

Rompidos. Adalclever Lopes e Fernando Pimentel estão mais afastados após o PT decidir que Dilma Rousseff disputaria as eleições para o Senado, em vaga que interessa ao presidente da Assembleia de Minas
Rompidos. Adalclever Lopes e Fernando Pimentel estão mais afastados após o PT decidir que Dilma Rousseff disputaria as eleições para o Senado, em vaga que interessa ao presidente da Assembleia de Minas

 

Na quinta-feira (26), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) deu seguimento a um pedido para cassar o governador Fernando Pimentel por crime de responsabilidade.

Autor da peça, o advogado Mariel Marra apontou como motivo os diversos atrasos do governo de Minas nos repasses devidos às prefeituras mineiras, a fornecedores do Estado e, mais recentemente, à Assembleia. No documento, ele citou reportagem do jornal O TEMPO que mostrou que o calote de R$ 300 milhões levou o Legislativo mineiro a atrasar o pagamento dos salários dos servidores comissionados e dos deputados.

Em meio a uma guerra com o presidente da Casa, Adalclever Lopes (MDB), o petista terá o desafio de reunir a base e impedir que tenha um destino semelhante ao daquela que foi sua colega na luta contra a ditadura militar.

Agora, será formada uma comissão que fará um parecer, a ser votado no plenário. Se o processo for aberto pelos deputados, Pimentel será afastado provisoriamente até a conclusão da análise do caso pelos parlamentares. O rito do procedimento que pode definir o futuro do chefe do Executivo, porém, é um mistério que nem os técnicos da Assembleia conseguem desvendar. Como é um caso inédito em Minas Gerais, as regras ainda precisarão ser discutidas pelos deputados.

A avaliação nos bastidores, tanto entre petistas quanto entre emedebistas, é a de que, tal como ocorreu com Dilma, um desentendimento com o comandante do Legislativo acabou contribuindo para a aceitação do pedido.

No caso da presidente deposta, a decisão do PT de votar contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética foi a chave para que o então presidente da Câmara decidisse acatar o pedido de um grupo de advogados. Agora, a insistência do PT em lançar a mesma Dilma como candidata ao Senado gerou um embate com Adalclever Lopes, outro postulante a essa vaga na chapa. Na quinta-feira, inclusive, o presidente da Assembleia estava em Brasília para se reunir com a presidente nacional do PT, a senadora paranaense Gleisi Hoffmann. Na mesa, a discussão sobre a candidatura ao Senado em uma chapa entre PT e MDB em Minas. Com a ausência de Adalclever, a admissibilidade do pedido de impeachment foi assinada e lida pelo vice-presidente da Casa, Lafayette de Andrada (PRB).

De acordo com emedebistas que pediram anonimato, a validação do pedido de impeachment foi uma estratégia para reagir ao apetite do PT, que insiste em ter a cabeça de chapa ao governo e uma vaga no Senado.

Reação. A mudança no cenário que sempre foi pró-Pimentel na ALMG pegou a todos de surpresa. Até mesmo o autor do pedido, o advogado Mariel Marra, surpreendeu-se com o momento em que o impeachment foi admitido. Ele aguardava para maio, quando o MDB decidirá seu rumo nas eleições estaduais. Também os oposicionistas se assustaram com a decisão e, por isso ainda nesta quinta-feira buscavam se posicionar. Poucos foram os que ousaram se manifestar.

O mesmo se viu entre os deputados do bloco independente. Na prática, são eles e os emedebistas que irão decidir o futuro do governador eleito em 2015. Já os governistas trabalham com a mesma estratégia usada para combater o impeachment de Dilma. O deputado Durval Ângelo, escolhido para se pronunciar na ALMG, disse que “não haverá golpe em Minas”.

Se por um lado o pouco tempo até o fim do mandato é um fator que ajuda Pimentel, já que o desgaste e o trabalho do processo de impeachment pode atrapalhar até mesmo as viagens dos deputados para a campanha eleitoral, por outro lado há muitos fatores que pesam contra o petista.

Sem poderio financeiro para fazer o que Temer fez no Congresso, quando enterrou duas denúncias ao liberar bilhões de reais em emendas, desgastado com os sindicatos e com um apoio popular em retração, Pimentel ainda terá que lidar com a insatisfação de Adalclever Lopes e com as prováveis articulações do vice-governador Antonio Andrade (MDB). Os dois estão rompidos praticamente desde o início do mandato.

Ainda que consiga manter o mandato, é certo que Pimentel terá que gastar bastante energia e inteligência política para resolver essa pendência, sobrando ainda menos tempo para que construa suas alianças para a disputa de outubro. Em uma eleição tão indefinida, é um problema e tanto para o governador resolver.

*As informações são do Portal O Tempo