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MG – Próximo prefeito poderá ser eleito com um só voto em 17 cidades de Minas Gerais

MG – Próximo prefeito poderá ser eleito com um só voto em 17 cidades de Minas Gerais

MG – Em 17 dos 853 municípios mineiros não haverá briga pelo cargo de prefeito nas eleições de novembro. Apenas uma chapa foi registrada e, de acordo com a legislação eleitoral, para garantir o posto basta um único voto. Na grande maioria desses municípios, quem já ocupa o cargo vai em busca da reeleição. E encara a oportunidade como uma responsabilidade redobrada.

MG - Próximo prefeito poderá ser eleito com um só voto em 17 cidades de Minas Gerais
MG – Próximo prefeito poderá ser eleito com um só voto em 17 cidades de Minas Gerais

 

Caso de Edson de Souza Vilela (PSB), prefeito de Carmo do Cajuru, com cerca de 23 mil habitantes, na região Centro-Oeste. O arquiteto e urbanista credita ao trabalho na atual gestão à condição de candidato único.

“Acredito que isso mostra que nós soubemos administrar a cidade. Mesmo com desafios como o bloqueio de recursos pelo governo do Estado e a pandemia, demos conta de gerir o município. A eleição será para nós um referendo, certamente a população quer que façamos ainda mais, e não podemos deixar a peteca cair, esse será o espírito. Acredito que 2021 será um ano muito difícil por conta do que estamos vivendo, e esse será um desafio”, avalia.

Apoio total

Situação semelhante à de Ibitiúra de Minas, no Sul do Estado, com cerca de 3.400 moradores. Alexandre de Cássio Borges (Pros) não só não tem adversários, como vai contar com algo inédito: todos os candidatos a vereador são integrantes da chapa dele, que conta ainda com o PSB. Entre esses haverá disputa, já que há mais nomes do que vagas na Câmara, mas o apoio para os próximos quatro anos de governo já está assegurado.

“A população e as forças políticas da cidade entenderam que não tem por quê mudar. Até mesmo a oposição enxergou isso. Eu agradeço essa confiança e espero retribuí-la com mais afinco e resultados”.

Para o cientista político Carlos Ranulfo, da UFMG, o fenômeno sugere uma convergência de forças e um cenário que desencoraja a oposição a se aventurar na disputa. “Não há, nestes casos, competição política. A população se mostra satisfeita com o desempenho da administração municipal e sinaliza que esse é o melhor cenário”.

Mas esta não é a única explicação, na visão do professor de Direito da Faculdade Promove João Ricardo Sobrinho. “Cada caso é um caso. Existe o candidato unânime, que não desperta concorrência; tem a cidade onde as pessoas perderam tanto o interesse pela política que não querem se candidatar; e também municípios onde a mesma família está no poder há gerações”, diz. Em qualquer situação, avalia, a democracia sai perdendo. “Não há possibilidade de escolha nem de renovação”.

Quem também lamenta o cenário é o doutor em Ciência Política e professor da PUC Minas Malco Camargos. “A ausência de oposição significa a situação fazer o mínimo para ganhar. E fazer o mínimo não é o que se espera de uma democracia”.

 

 

*As informações são do Portal Hoje em Dia