Discussões ganham corpo no Brasil e a oferta de ativos deve aumentar nos próximos anos.
A sociedade está cada vez mais atenta aos aspectos ambientais, sociais e de governança das empresas. Não só os consumidores têm dado preferência às marcas que promovem impactos positivos, mas também os investidores. No Brasil, as discussões do mercado financeiro começaram a ganhar corpo nos últimos anos, e a expectativa é que a oferta de ativos aumente cada vez mais.
A sigla ESG, que vem do inglês “Environmental, Social and Corporate Governance”, é utilizada para se referir aos atributos de responsabilidade ambiental, social e governança corporativa. No mercado financeiro, os ativos ESG são oriundos de empresas que têm uma cultura organizacional pautada nesses valores, cada vez mais priorizados por pequenos e grandes investidores.
A oferta de investimentos em ESG teve início há pouco tempo no Brasil, mas o país é apontado como um mercado promissor. Segundo informações da B3, os títulos verdes, sociais ou sustentáveis começaram a ser negociados na Bolsa de Valores em novembro de 2018. São disponibilizados 20 títulos com essas características, sendo 14 debêntures e seis certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs).
Além da B3, o investidor que prioriza o ESG pode optar por investimentos alternativos. Esses ativos não são negociados na Bolsa de Valores ou no mercado de Balcão, sendo o investimento feito por meio de plataformas alternativas ou equity crowdfunding.
Desta forma, o investidor financia ou torna-se sócio de empresas com alto potencial de crescimento. Neste portfólio, há aquelas que priorizam os impactos ambientais, sociais e de governança em seu modelo de negócio, como um aspecto estratégico de sua proposta de valor.
Private Equity
Desde 2020, a oferta de produtos ESG tem sido ampliada. Em meio à pandemia da Covid-19 e os debates recorrentes sobre saúde, ciência, conscientização ambiental e globalização, o interesse das empresas pelo assunto aumentou e houve a incorporação de práticas no ambiente corporativo para a promoção de impactos positivos.
Dentro da classe dos investimentos alternativos, os fundos de private equity têm sido destaque. Segundo dados divulgados pela Preqin, empresa sediada em Londres que monitora dados do mercado de ativos alternativos, mais de 130 fundos com foco nas questões ambientais, sociais e de governança foram criados ao longo de 2021.
A Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) mantém, desde 2019, um comitê para discutir o papel do capital privado na oferta de soluções para os problemas estruturais do país.
Nomeado “Brasil 2030”, o comitê é coordenado pela cofundadora da EB Capital, Luciana Ribeiro. Em entrevista ao portal da ABVCAP, a executiva mencionou a necessidade de o Brasil colocar as discussões sobre ESG em prática. “Precisamos de um volume de ações muitíssimo maior”, avaliou. “O futuro do private equity e de investimentos privados de maneira geral é unir retorno a propósito”, declarou.
Ranking de fundos ESG
A Exame Invest, em parceria com a Quantum Axis, ranqueou, no ano passado, os cinco melhores fundos ESG para investir. O primeiro da lista foi o FPI Investimento no Exterior, Em seguida foram listados o Santander Go Global Equity ESG; Manager JSS SUS Equity Global Thematic; Trend Lideranças Femininas; e Fram Capital Hanssen ESG, nesta ordem.