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Leandro Heringer
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Coluna de Leandro Heringer – Futebol, política e polícia: discussões necessárias

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A semana foi agitada! Diversos assuntos pautaram a mídia: eleições, ação terrorista de torcida organizada, Bola de Ouro, opiniões, cancelamentos, política internacional, PEC da Segurança. A multiplicidade de temas e de percepções movimentou a agenda. Sendo assim, fazer um balanço dos temas tornou-se essencial. Quem disse que futebol e política não se discute?

As eleições municipais demonstraram uma nova percepção do processo eleitoral. Marçal ditou o tom. Quem produz conteúdo é responsável por ele. Inverteu a lógica mostrando o poder do alcance do conteúdo nas plataformas digitais e a relativização de espaços hegemônicos em outros momentos. Produzir conteúdo para a campanha onde estiver mostrou-se uma potencial estratégia para as próximas eleições.

A abstenção também chamou atenção. De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prefeito eleito de Belo Horizonte, Fuad Nome teve 670.574 votos no segundo turno. No entanto, a soma dos votos nulos, em branco e de abstenções foi de 744.873 — 11% a mais que o obtido pelo prefeito reeleito. As abstenções totalizaram 636.752. É necessário pensar sobre a obrigatoriedade dos votos. É um direito e um dever para a maioria da população. Mas, quais mensagens são passadas com tamanha abstenção? A possibilidade de candidaturas independentes é outro ponto para reflexão. Candidatos não ligados a partidos poderiam trazer maior participação no processo eleitoral?

O futebol teve momentos marcantes dentro das quatro linhas. Classificações de Galo e Botafogo para final da Libertadores. Cruzeiro voltando à final de torneio continental contra o time argentino do Racing. Contudo, polêmicas também permearam o cotidiano do esporte mais popular do país. Um movimento terrorista, uma emboscada da torcida organizada Mancha Verde matou um torcedor e deixou 15 feridos. Uma “resposta” a ação da torcida Máfia Azul ocorrida em 2022. Até quando essas organizações e bandidos que a compõem estarão livres para agirem sob uma “permissão” de que brigas de facções ligadas ao futebol são permitidas? O trabalho conjunto da segurança pública e do Judiciário é essencial para o fim de assassinatos envolvendo esporte.

A premiação “Bola de Ouro” da revista francesa “France Football” também foi alvo de críticas polêmicas. O atacante do Real Madrid e da Seleção Brasileira, Vini Jr, foi preterido do prêmio ficando atrás do jogador espanhol Rodri. O passado da revista de percepção excludente e eurocêntrica pode mostrar um viés na votação. Até 1994, apenas jogadores europeus e que jogassem no “velho continente” eram premiados. Pelé e Maradona receberam premiações apenas ao fim do critério por reconhecimento das carreiras. Claramente, a cultura da premiação pode ser percebida como um fator para distanciar um atleta sul-americano, preto e antirracista de ser considerado o melhor do mundo pela publicação.

Porém, há quem analise outros motivos. E critique a não premiação. O jornalista Tiago Leifert expressou sua opinião de que a premiação foi injusta, mas afastou a questão racial. Para ele, Vini Jr deveria ter comparecido ao evento e ser ovacionado pelos colegas e fãs.Como consequência, foi vítima de ataques de militantes com discurso de ódio e pressão por cancelamento. Postura similar a que foi vítima a cantora Jojo Toddynho com cancelamento da participação no São Paulo Fashion Week após manifestar sua percepção política. Um processo de censura e, por consequência, antidemocrático realizado por quem diz ser defensor da diversidade.

Distante das questões acima, a política internacional é destacada com o ataque, via postagem, do ditador venezuelano Nicolás Maduro ao presidente Lula e ao Brasil. Após posicionamento brasileiro contrário à entrada da Venezuela ao grupo Brics, a mensagem de que os companheiros de outros tempos tiveram os vínculos, teoricamente, estremecidos No contexto da ditadura e do exemplo venezuelano, uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) ligada à segurança busca diminuir o poder e o papel das polícias militares e civis estaduais em detrimento do fortalecimento da Polícia Federal e Rodoviária Federal. Depois de desarmar a população, enfraquecer as polícias estaduais parece um passo grande para fortalecer o poder central e favorecer atitudes potencialmente ditatoriais. A censura nas plataformas digitais aliada ao fortalecimento do poder de coação na esfera federal pode causar a sensação de que Brasil e Venezuela não estão tão distantes assim.

Torce-se que o esporte seja um grande entretenimento e parte de uma indústria importante. Espera-se que o direito à liberdade de expressão seja sempre respeitado. Trabalha-se para a democracia plena e imprensa livre!

 

 

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