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Um vereador de Itacarambi, no Norte de Minas, teria vendido lotes que não lhe pertenciam, supostamente para fazer caixa para pagar despesas de sua campanha eleitoral.
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José Henrique de Oliveira, o “Zé de Horácio” (PDT), é funcionário público municipal na função de pedreiro e disputou as eleições municipais de 2012 pela coligação com o sugestivo nome de “Força e honestidade para reconstruir”.
Zé de Horário nega qualquer irregularidade. Apesar disso, ele está sendo processado por um morador que diz ter sido enganado pelo político. Na ação, que tramita sob o número 0011752.21.2015.8.13.0352, perante a 2ª Vara Cível da Comarca de Januária, o pescador Dalto Vieira Silva tenta a anulação do contrato de compra e venda e quer reaver os R$ 12 mil que pagou ao vereador pelo lote.
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O pescador só teria descoberto o imbróglio quando tentou ocupar o lote e descobriu que pertencia a outra pessoa. De acordo com o processo, ao ser confrontado, Zé de Horácio teria dito ao pescador que tudo não passava de um engano e lhe ofereceu outro lote em lugar do primeiro. Mas, ao tentar ocupar o segundo lote, o pescador descobriu que este também não pertencia ao político, que teria proposto devolver R$ 8 mil dos R$ 12 mil recebidos pelo imóvel.
O caso ganhou repercussão entre os moradores da pequena Itacarambi e o vereador passou a ser chamado de “Zé do Lote”. O município tem apenas 18.350 habitantes, fica na região norte do Estado, a 656 quilômetros de Belo Horizonte. Além da ação para anular o negócio de compra e venda do lote e obter a devolução do dinheiro, ajuizada pelo pescador Dalto Vieira Sena, através do advogado Darci Godoi Quintão, a Polícia Civil de Minas Gerais também está investigando o caso.
Desde que veio à tona o caso do pescador, outras pessoas que teriam sido lesadas pelo suposto golpe aplicado pelo vereador Zé de Horácio já teriam procurado a polícia. Zé de Horácio também é acusado de ter invadido um terreno público e nele construído a casa em que reside. Mas como seria correligionário do atual prefeito, nenhuma providência teria sido tomada pela Procuradoria Jurídica da Prefeitura de Itacarambi para reaver o imóvel invadido.