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Rio 2016 – Abertura dos Jogos Paralímpicos é um convite à diversidade

Rio 2016 – Abertura dos Jogos Paralímpicos é um convite à diversidade

Uma festa do tamanho do mundo e para o mundo, com 206 países assistindo ao redor do planeta. In loco, foi como se tudo ao redor se paralisasse e a atenção tivesse apenas um foco: o gramado do Maracanã. Não eram ações distintas entre os atores do evento e o público nas arquibancadas.

Rio 2016 - Abertura dos Jogos Paralímpicos é um convite à diversidade
Rio 2016 – Abertura dos Jogos Paralímpicos é um convite à diversidade

 

Era uma sintonia só. Dançarinos, personalidades, atletas e realizadores da cerimônia de abertura recebiam, a todo o momento, o complemento da torcida, deixando o espetáculo completo e empolgante.

A noite desta quarta-feira, no Maracanã, ficará marcada não somente como a festa de abertura dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, mas também como a festa do respeito à igualdade, à diversidade, à união entre os povos, à alegria de celebrar a vida e o esporte e à lição de que independentemente da deficiência, todos são iguais e tem capacidade de conquistar os seus sonhos. As críticas só surgiram em alguns momentos e foram todas direcionadas para o presidente do Brasil, com gritos de “Fora Temer”.

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Se existe justiça no mundo do esporte, ela foi feita em relação ao movimento paralímpico brasileiro. Clodoaldo Silva, que se despede dos Jogos Paralímpicos e se aposenta no Rio, foi o precursor do paradesporto no Brasil. Influenciou gerações, quebrou paradigmas, lutou por um país mais respeitoso e inclusivo, e sai das competições para entrar para a história. Ele foi o escolhido para acender a pira olímpica por tudo que fez nas piscinas e que faz fora delas, emocionando a todos os presentes na cerimônia de abertura.

Ficou até difícil de se eleger o ponto alto da festa. E os torcedores que o digam. Vibraram muito durante todo o evento, como sem fossem gols em uma final de campeonato no Macaranã. E não foi para menos. As pessoas vibraram ao assistir a uma montagem de vídeos em que o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC – sigla em inglês) sai do berço do Movimento Paralímpico, em Stoke Mandeville, na Inglaterra, e passa por paisagens do Brasil e do Rio de Janeiro até chegar ao Cristo. O público ficou em êxtase com o cadeirante Aaron Wheelz, que desceu na cadeira de rodas uma rampa de 17 metros, que equivale a um prédio de seis andares, deu uma pirueta no ar, fechou a contagem regressiva para a abertura da cerimônia e marcou o início da bela queima de fogos.

As músicas, o hino nacional tocado no piano pelo maestro João Carlos Martins, os bailarinos ilustrando um dia de praia e, sem seguida, formando a bandeira do Brasil, as coreografias, Daniel Dias “nadando” no meio do Macaranã, os desfile das delegações, a montagem de um quebra-cabeça no formato de um coração com a imagem de todos os atletas e o nome de todos os países participantes dos Jogos Rio 2016; e os recursos tecnológicos utilizados na festa também empolgaram bastante.

Em seu discurso, o presidente do Comitê Organizador da Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman pediu um mundo mais inclusivo, igualdade entre as pessoas, coragem para enfrentar qualquer obstáculo e nunca desistir. Ele elogiou os atletas paralímpicos e saudou o trabalho realizado pelos vonluntários. Quando falou sobre apoio do Governo Federal, uma enorme vaia ecoou no Maraca. O presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC – sigla em inglês), Sir Philip Craven, tratou os atletas paralímpicos como heróis, afirmou que eles mostrarão no Rio o quanto eles podem inspirar as pessoas, pediu um mundo com respeito às diferenças e disse que o mundo todo é um só. Ele disse ainda que os cariocas sabem que os Jogos serão responsáveis por uma grande inclusão social. Quando Craven disse que Michel Temer declarava aberto os Jogos, recebeu uma vaia ensurdecedora, seguida dos gritos de “Fora Temer”.

E como toda cerimônia de abertura que se preza, o melhor ainda estava por vir. A atleta paralímpica americana de Snowboard, Amy Purdy, foi uma das grandes estrelas da abertura. Biamputada, ela contracenou com um robô industrial, para mostrar a cada vez mais intrínseca relação entre homem e máquina. Para fechar com chave de ouro e para fazer o público delirar de vez, tem início o fim do revezamento da tocha. Primeiro, com um vídeo mostrando os principais momentos em sua passagem por seis estados brasileiros. Em seguida, o momento que todos aguardavam.

O revezamento da tocha tem início com o ex-nadador Antônio Delfino de Souza, bicampeão paralímpico. Depois, passou pela velocista Márcia Malsar, que conquistou a primeira medalha de ouro do atletismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos. Recém-aposentada das pistas, a corredora Ádria Santos, com seis participações em Paralimpíadas e 13 medalhas (quatro de ouro), foi a responsável por passar a tocha para o mito Clodoaldo Silva que, em um dos seus últimos atos como atleta, acendeu a pira e deu início aos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro. Seu Jorge encerrou a festa cantando sucessos da música popular brasileira.