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Imagem Ilustrativa/ Internet
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Montes Claros – Polícia Civil instaura inquérito para apurar denúncia de estupro contra jornalista na Câmara Municipal de Montes Claros

Montes Claros – Polícia Civil instaura inquérito para apurar denúncia de estupro contra jornalista na Câmara Municipal de Montes Claros

Uma jornalista da Câmara Municipal da cidade denunciou um abuso que sofreu do chefe do setor em que trabalha. 

A Polícia Civil instaurou inquérito, nesta sexta-feira (02) e tem 30 dias para finalizar o caso. Segundo a delegada, da delegacia de mulher, as situações constrangedoras eram recorrentes.

Ela está emocionalmente abalada e chegou a ficar uma semana afastada do trabalho após ter sido atacada pelo homem, que, inclusive era o seu chefe imediato. As investidas mais agressivas começaram no fim de 2017. “Foi quando a gente começou a trabalhar na mesma sala”, afirmou a vítima.

“Ele sempre me cantava de maneira constrangedora, mas nunca havia me tocado”, enfatiza a jornalista. Só que, na manhã do dia 6 de fevereiro, o pior aconteceu. “Estava sentada quando ele veio me agarrando por trás, passando as mãos na minha barriga e nos seios. Ele ainda mordeu meu pescoço. Foi tudo muito rápido. Eu gritei e perguntei se ele estava louco”, relembrou nervosa.

Situação constrangedora 

Para deixar a situação ainda mais constrangedora, a mulher do acusado foi à Câmara de Montes Claros acusar a vítima. “Ela disse eu acabei com a família dele, que estraguei a vida dela. Falou que se o marido se matasse, a culpa seria minha. Se ele é capaz de tirar a própria vida, porque não tirar a minha? Já que ele me culpa de tudo”, questiona a jornalista.

“Eu me sinto mal com tudo isso. Vejo alguns olhares, já ouvi coisas absurdas inclusive de mulheres dizendo que isso é normal, que acontece mesmo. Mas também, me senti amparada pela minha classe, pelos meus amigos que me deram toda força para continuar. Não é fácil denunciar, não é fácil não se culpar. Mas acredito que, infelizmente, eu estou sendo exemplo para muitas, pois isso é comum no nosso cotidiano”, desabafa.

Sindicância 

O suspeito é contratado da Câmara há mais de 20 anos e foi afastado dos serviços por causa de uma sindicância instaurada para investigar o fato acontecido dentro da Câmara.

“O presidente da Câmara Municipal de Montes Claros, Vereador Cláudio Prates, esclarece que assim que tomou ciência de uma denúncia de suposto assédio de um servidor contratado sobre uma servidora também contratada da Câmara Municipal, todas as medidas necessárias foram tomadas para averiguação do fato. Foi instaurada uma Comissão Interna, formada por servidores efetivos da Câmara, para apuração dos fatos e adoção das medidas administrativas cabíveis, sempre preservando a parte supostamente agredida, razão pela qual  as apurações ocorrem de forma sigilosa. É importante salientar que enquanto os fatos são apurados, o servidor foi afastado das suas funções”.

Posição do suspeito

Já o acusado se defende dizendo que tudo não passa de perseguição. Ele tenta mobilizar vereadores para que fiquem do lado dele.