Brasileirão 2019 – Raposa bate o Botafogo no Rio
O torcedor do Cruzeiro pode respirar aliviado. Aliviado mesmo. O sofrimento descomunal que o time passou diante do Botafogo, nesta quinta-feira,no Engenhão, teve o seu êxtase quando o juiz Caio Max Augusto Vieira deu o apito final. Uma vitória por 2 a 0 chorada, na exaustão nítida dos atletas, que depois do gol marcado por Cacá, ainda na primeira etapa, retraíram-se para suportar uma pressão quase que total dos cariocas.
A decisão só aumentou a tensão no Nilton Santos e contou muito com a ineficiência de um Botafogo pouco inspirador. Porém, com todo o cenário adverso, a Raposa persistiu e espantou o fantasma do Z-4 exatamente em um dia das bruxas. Aos 51 min do 2ºT, Éderson tirou o grito entalado do torcedor, ampliando o placar. Dois garotos da base.
Depois de 10 rodadas seguidas, o Cruzeiro, enfim, saiu da zona de rebaixamento, chegando aos 32 pontos e ocupando a 16ª posição na tabela de classificação.
Depender apenas de si para sair da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro trouxe ao psicológico do Cruzeiro uma dose extra de emoção. Uma partida, que desde o início, mostrou-se tensa e com os times, em situação delicada na tabela, escancarando erros já conhecidos. O time estrelado teve a iniciativa da partida e conseguiu vazar a meta defendida por Gatito aos 25 min. Um gol especial, o primeiro do jovem Cacá no time profissional. Em bola alçada à área, o zagueiro subiu mais alto que o time do Botafogo e balançou as redes.
O Botafogo reclamou de uma irregularidade na origem do gol, mas a imagem não mostrou nenhuma infração no lance. Com o gol marcado, a Raposa se retraiu, focando em um perigoso jogo de tentar matar o adversário no contra-ataque. No primeiro tempo, as recomposições de Marquinhos Gabriel e Thiago Neves até funcionaram, faltando mesmo a qualidade dos homens de criação do Cruzeiro quando era necessário subir para o ataque.
Esse namoro perigoso com o jogo defensivo fez o torcedor do Cruzeiro passar por apuros na noite desta quinta-feira. Uma tensão que se intensificava com as reclamações do time carioca em diversos lances. No segundo tempo, a Raposa se fechou ainda mais, com diversos jogadores dando nítidos sinais de exaustão física por volta ainda dos 25 min do segundo tempo. Uma situação assustadora para um time do tamanho da Raposa.
O Botafogo, sem nada a ver com isso, foi para cima da forma limitada que possuía. Até Fábio, sempre confiável, soltou uma bola dentro da área, recordando a cena do jogo contra a Chapecoense, só que dessa o chute de Gabriel foi para fora, passando próximo à trave direita. Sofrimento absurdo. Verdadeiro teste para cardíaco. O Botafogo seguiu em cima. Bolas cruzadas, desespero para lá e para cá, bicudos para cima. Foi na vontade. O Cruzeiro literalmente arrancou a vitória no Nilton Santos, sacramentando o resultado com um gol de Éderson, aos 51 min.