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Pesquisadores da UFMG alertam para os riscos da presença do coronavírus no esgoto

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Pesquisadores da UFMG alertam para os riscos da presença do coronavírus no esgoto

Uma nota técnica publicada na última semana pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) ETEs Sustentáveis – sediado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – e que se dedica a pesquisas e ações relacionadas ao tratamento de esgoto, alerta para a presença do coronavírus na rede de escoamento de dejetos.

Pesquisadores da UFMG alertam para os riscos da presença do coronavírus no esgoto
Pesquisadores da UFMG alertam para os riscos da presença do coronavírus no esgoto

 

O texto do INCT faz referência a um estudo divulgado pela revista britânica The Lancet Gastroenterol Hepatol, em que pacientes com a covid-19 apresentaram em suas fezes o RNA do Sars-CoV-2, o novo coronavírus, causador da doença.

As análises também constataram em cerca de metade dos pacientes investigados, que a detecção do RNA viral se deu por cerca de 11 dias após as amostras do trato respiratório testarem negativo.

De acordo com a publicação, tal situação indica a replicação ativa do vírus no sistema gastrointestinal e a possibilidade da transmissão via feco-oral ocorrer mesmo após o trato respiratório estar livre do vírus.

O estudo da revista britânica afirma que também há evidências da presença de outros coronavírus (como o Sars-CoV e o Mers-CoV) nas fezes e de sua capacidade de permanecerem viáveis em condições que facilitariam a transmissão via feco-oral.

Cuidados

Coordenador do INCT, o professor Carlos Chernicharo destaca a necessidade de cuidado pelos trabalhadores e pesquisadores do setor para evitar a contaminação.

“Os profissionais que atuam na área de esgotamento sanitário, como os que operam as redes coletoras e estações de tratamento, e os pesquisadores que manuseiam amostras de esgoto, não podem abrir mão de medidas como a utilização de equipamentos de proteção individual, a fim de evitar a ingestão inadvertida de esgoto, ainda que por meio da ingestão de aerossóis (partículas finíssimas, sólidas ou líquidas, suspensas no ar), para evitar a contaminação”, completa Chernicharo,

Ainda segundo a nota técnica, medidas de segurança ocupacional, já adotadas como padrão, são eficazes na proteção contra o coronavírus e outros patógenos presentes no esgoto.

Covid-19 nos rios

Outra preocupação dos pesquisadores da UFMG é a possibilidade de uma grande carga viral estar sendo despejada nos rios neste momento de pandemia.

“Como consequência, poderá aumentar a disseminação do Sars-CoV-2 no ambiente e a infecção da parcela mais vulnerável da população, que não tem acesso a infraestrutura adequada de saneamento básico”, afirma a nota técnica, que é assinada por Carlos Chernicharo e pelos colegas de INCT César Mota e Juliana Araújo, também professores da UFMG.

O texto recomenda ações coordenadas urgentes dos profissionais das áreas de saúde, saneamento, universidades e governos no cenário atual de emergência de saúde pública.

A publicação ressalta que cerca de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a serviços de coleta de esgoto e 35 milhões não usam água tratada, também segundo o SNIS 2018. O INCT ETEs Sustentáveis afirma que já foi procurado pelo governo estadual para discutir o assunto.