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mulher de biquini rosa

Você sabe como os absorventes descartáveis impactam o meio ambiente?

Se você está querendo produtos alternativos para te ajudar durante o ciclo menstrual, sem provocar impactos negativos no meio ambiente, confira algumas sugestões.

Nos últimos anos, foi possível notar um crescimento na busca por processos e produtos mais responsáveis com o meio ambiente. Nesse contexto, houve uma diversificação das atividades de diferentes indústrias e o lançamento de produtos que conseguem obedecer essa nova lógica.

Um exemplo disso ocorre na área da higiene íntima e se refere aos absorventes descartáveis. Utilizados por grande parte da população feminina mundial, esses produtos são feitos por compostos plásticos, o que os torna bastante lentos em seu processo de decomposição.

Outros fatores fazem com que esse tipo de absorvente venha caindo em desuso e incentivam a busca por outros produtos, como o biquíni absorvente ou o absorvente reutilizável. Se você quer saber mais sobre esse tema, confira a seguir.

Início

Os primeiros absorventes descartáveis começaram a ser comercializados em torno de 1890. Contudo, sua popularização só ocorreu décadas depois, por volta de 1950. Embora hoje esse produto seja muito popular em diferentes regiões do mundo, as mulheres socialmente vulneráveis não têm acesso ao produto.

Além da falta de recursos, outros fatores que atrapalham o uso de absorventes íntimos são o preconceito e os tabus em torno da menstruação. Isso impacta diretamente a qualidade de vida de mulheres de diferentes idades, que se veem impedidas de estudar ou trabalhar durante o período menstrual.

Prejuízos ambientais

Via de regra, o absorvente descartável tradicional é constituído por polietileno, celulosa, propileno, papel siliconado, adesivos termoplásticos e polímero superabsorvente. O impacto negativo no meio ambiente já começa no processo de extração desses elementos e na produção de celulose e plásticos feitos a partir de árvores e petróleos, respectivamente.

A produção de plástico requer bastante energia e cria compostos que levam décadas para se decompor. Além disso, a extração de celulosa ainda deve ser fiscalizada e certificada para não ser retirada de forma indiscriminada e irresponsável.

Todos esses materiais são plásticos, o que faz cada absorvente desse tipo demorar cerca de cem anos para se decompor. Outro prejuízo ambiental é que esse produto também pode contaminar o meio ambiente (desde áreas com vegetação até lençóis freáticos) em função dos aditivos químicos que o compõem.

Reciclagem?

Em países como o Brasil, não há reciclagem para esse tipo de absorvente. Calcula-se que, em média, uma mulher utiliza cerca de dez absorventes descartáveis em cada ciclo menstrual. Isso faz com que, desde a menarca até a menopausa, cada mulher use entre dez e quinze mil absorventes em sua vida.

Além de não haver reciclagem, esses produtos podem ser destinados a aterros sanitários e lixões, o que expõe ainda mais o meio ambiente e os trabalhadores dessas áreas à contaminação.

Alguns países já desenvolveram tecnologia para conseguir reciclar os absorventes descartáveis, como é o caso da Nova Zelândia (que possui uma empresa que realiza a compostagem do produto) e o Canadá (que separa componentes dos absorventes, recicla-os e transforma-os em madeiras sintéticas e telhas).

Mudanças

Na última década, a busca por produtos ambientalmente responsáveis motivou mulheres a buscarem outros tipos de absorventes, com menos impactos ambientais durante sua produção e descarte.

Nesse contexto, novas iniciativas têm surgido para garantir segurança e conforto para as mulheres sem agredir o meio ambiente. Hoje, diferentes lojas já comercializam absorventes reutilizáveis (os chamados “copinhos” ou “coletores menstruais”), feitos de silicone e que podem ser usados por até 6 horas, lavados e inseridos novamente na vagina. Calcula-se que esses produtos possam ter uma vida útil de até 10 anos.

Também existem os absorventes biodegradáveis, usados externamente e descartáveis, cuja biodegradação leva até 5 anos para ser realizada; absorventes de pano (mais preparados do que os “paninhos” utilizados pelas gerações anteriores, com tecidos adequados, botões e camadas impermeáveis). Esses panos são laváveis e podem durar até 6 anos.

Por fim, outra opção disponível no mercado são as calcinhas absorventes, capazes de absorver o fluxo menstrual. O principal benefício desse produto é o seu conforto, além da discrição, podendo ser lavado e utilizado por cerca de 3 anos.