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Um toque de exatas: moda, tricô e crochê usam fundamentos matemáticos

Da confecção dos produtos à comercialização, há muitas aplicações de conceitos matemáticos.

A matemática está muito presente no universo da moda, embora nem sempre todos se atentem a essa relação. Da confecção dos produtos à exposição nas passarelas, os números, a geometria e as escalas de proporção são usados com frequência. No processo de distribuição ao consumidor final, também há a aplicação de mais conceitos matemáticos, seja no gerenciamento de estoques, nas vendas e no dia a dia dos negócios.

A palavra “moda” tem origem no latim “modus”, que significa algo que é repetido com frequência em determinado grupo. Por isso, a expressão “estar na moda” é relacionada ao ato de acompanhar as tendências apresentadas pelo mercado.

O termo também está presente na matemática, seguindo o mesmo conceito. Uma das propriedades dos estudos de estatística é a chamada “moda matemática”, que refere-se ao número que aparece mais vezes em uma sequência numérica.

A confecção de uma peça do vestuário é iniciada pelo croqui, um esboço da roupa no corpo. Em seguida, por meio do uso de escalas, são criados os moldes em tamanhos reais para o corte dos tecidos. Esse processo usa bastante da geometria ao traçar curvas, círculos, reta tangente, ângulos, pontos e linhas durante a modelagem.

Também é por meio do uso de escala que uma peça poderá ser reproduzida em tamanhos diferentes  –PP, P, M, G e GG, por exemplo – para atender as demandas do público consumidor.

Técnicas do tricô e do crochê

Em algumas técnicas de confecção, como o tricô e o crochê, o uso da matemática mostra-se ainda mais minucioso. A primeira consiste em entrelaçar o fio por meio de pontos organizados, criando uma malha de tricô. Pode ser feita manualmente com o auxílio de duas agulhas ou por máquina.

Existem diferentes pontos no tricô: barra, cordão, mate simples, mate duplo, laçada, dentre outros. Cada um possui características próprias. Além de dominar a técnica para empregá-los, quem faz o tricô precisa saber a matemática correta para aumentar ou reduzir a malha necessária para a confecção de uma peça.

Já o crochê é feito apenas à mão, com o uso de uma única agulha específica, que apresenta um gancho na ponta. Entre os principais pontos usados estão o correntinha, o alto, o baixo e o baixíssimo. Na produção de peças e produtos em crochê, também é necessária atenção à matemática dos pontos empregados para a reprodução perfeita do croqui.

Dentre o tipos de crochê existentes estão o “filet”, que é um trabalho plano e geométrico; o “de grampo”, que usa uma peça em formato da letra U como apoio para criar tiras de renda; o “irlandês”, que também é um trabalho de renda; o “peruano”, que usa o suporte de um cilindro de madeira para a formação de laços que dão origem ao tecido; e o “tunisiano”, considerado uma mistura entre o tricô e o crochê.

A moda como fonte de renda

No universo da moda, a matemática não para após a confecção das peças. Se a produção é artesanal, caberá a realização do cálculo de custos e da margem de lucro para a precificação e a realização da venda. Para quem tem um negócio na área da moda, mesmo que de pequeno porte, a matemática está presente em outras ações do dia a dia como o gerenciamento do estoque, a negociação com os fornecedores, o controle do fluxo de caixa, dentre outros.

Segundo informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a economia criativa, que engloba o artesanato, está em expansão no Brasil e é um dos setores que mais tem promovido a oportunidade de geração de renda durante a pandemia da Covid-19. Ainda de acordo com o órgão, o segmento movimenta R$ 50 bilhões por ano.