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Cuidado: baratas podem causar de diarreia a tuberculose

Insetos têm hábitos noturnos e escolhem locais escuros e úmidos para passar o dia, como bueiros, esgoto, lixeiras, entulhos e lugares com pouca limpeza

A imagem negativa das baratas no senso comum não é à toa. Para além do nojo, elas podem representar problemas sérios para as pessoas. Associados a locais sujos e à pouca higiene, esses insetos transmitem doenças causadas por bactérias – como diarreia, tuberculose e hanseníase – e outras patologias que representam riscos à saúde. Mantê-las longe de casa, portanto, é fundamental.

As baratas costumam ter hábitos noturnos e escolher locais escuros e úmidos para passar o dia, como bueiros, esgoto, lixeiras, entulhos e lugares com pouca limpeza, por exemplo. Como ressalta a Organização Mundial de Saúde (OMS), o perigo da transmissão de doenças está, principalmente, no movimento do inseto por locais insalubres. Hepatite A e febre tifoide também são exemplos de problemas associados às baratas. 

As autoridades sanitárias destacam a importância de manter os insetos fora de locais como residências, restaurantes, hospitais e qualquer outro lugar em que pessoas possam transitar livremente. Em caso de infestações, por exemplo, recorrer a uma dedetizadora de baratas pode ser um meio eficaz para acabar com o problema. 

É essencial, ainda, manter esgotos e ralos desentupidos – com a ajuda de ferramentas como a desentupidora, por exemplo –, caixas de gordura limpas e outros cuidados relacionados.

Doenças relacionadas às baratas

De acordo com a National Pest Management Association (NPMA), existem cerca de 4 mil espécies de baratas no mundo. Três delas são pragas conhecidas e encontradas em cozinhas e instalações comerciais. Elas são a barata-germânica, a americana e a da faixa marrom. As espécies urbanas mais facilmente encontradas são a germânica e a americana. 

Diarreia 

A barata acaba carregando nas patas e no abdômen bactérias como a Salmonella e a Shigella, já que transita por diversos locais contaminados. Os seres humanos podem acabar contraindo esses patógenos pela via oral quando elas passam por objetos que possam ficar infectados, como louças, talheres e, até mesmo, alimentos.

Essas bactérias são responsáveis por provocar, comumente, casos de disenteria bacteriana, a conhecida diarreia. 

Hepatite A

Causada pelo vírus VHA, transmitido pela via oral-fecal, a Hepatite A é uma doença infecciosa que passa de uma pessoa infectada para outra saudável, ou por meio de alimentos e água que tenham sido contaminados – inclusive pelas baratas. Trata-se de uma inflamação que afeta o fígado. 

Os sintomas dessa condição incluem mal-estar, cansaço acentuado, febre, dores musculares, falta de apetite, vômito, náuseas e icterícia. Este último deixa a pele e os olhos com uma coloração amarelada. A doença pode ser prevenida com a vacina contra hepatite. 

Febre tifoide

Depois de andar por fezes contaminadas, a barata pode transportar a bactéria Salmonella typhi, que desencadeia a febre tifoide. Esse problema é mais comum em países onde o acesso à água potável é limitado e em locais com um saneamento precário.

Temperatura elevada do corpo, intensa dor de cabeça, calafrios, dores musculares e abdominais, diarreia e cansaço geral estão entre os sintomas. Algumas complicações que podem decorrer desse quadro são a perda de peso e a hemorragia interna.

Tuberculose

Conhecida por afetar principalmente os pulmões, a tuberculose é uma doença bacteriana que pode comprometer também o cérebro, os rins, os ossos e outras partes do corpo. Normalmente, ela é transmitida pelas vias aéreas e é um problema considerado grave. As baratas podem ser agentes transmissores da doença.

Os sintomas mais comuns são sudorese noturna, dores no peito, febre alta, falta de apetite, perda de peso e tosse seca e prolongada. Episódios como a dificuldade para respirar e a tosse ensanguentada – a hemoptise –, podem estar presentes nos casos mais graves.

Asma

A asma é um problema que não tem relação com o transporte de impurezas promovido pelo animal. Pouco associada às baratas, a doença respiratória crônica tem na barata um alérgeno agravante – substância que pode induzir uma reação de alergia em quem é suscetível. 

Uma pesquisa divulgada, em 2009, pela Escola de Medicina da Universidade de Boston relacionou o aumento da condição entre crianças de zonas urbanas de baixa renda à “asma de barata”, o que tornou a asma uma doença comum em orfanatos.

Em entrevista à imprensa, o professor e coordenador do curso de Ciências Biológicas da Universidade Anhembi Morumbi, Francisco Carvalho Neto, afirmou que existem relatos de que, enquanto as pessoas dormem, as baratas, atraídas pelos fluidos nasais e orais, podem percorrer partes do corpo, provocando dermatites atópicas e edemas oculares, por exemplo. 

Cuidados essenciais no combate à praga 

Como ressaltado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os malefícios causados pela convivência com as baratas não podem ser subestimados. Isso porque elas se reproduzem rapidamente e adquirem resistência aos tratamentos tradicionais de combate, devido à variedade de oferta de habitat e alimentos propícios à sua proliferação.

Segundo a Fundação, “nos grandes núcleos populacionais, a barata se apresenta como o inseto mais comumente encontrado”. Sendo assim, são recomendadas algumas maneiras de prevenção, como manter alimentos guardados em recipientes fechados; conservar armários e despensas fechadas, sem resíduos de alimentos; e verificar periodicamente frestas e cantos de armários e paredes.

Além disso, é importante eliminar eventuais esconderijos de baratas, vedando frestas e outros espaços pequenos e úmidos; evitar acumular restos de alimentos na pia, no lava-louças e no chão da cozinha; e manter o lixo em recipientes fechados.

Conforme a Fiocruz, materiais como cola, sabões, suor e papelão são fontes de hidrocarbonetos e, portanto, de alimentos para as baratas. Por isso, é necessário, ainda, remover e não amontoar jornais, revistas, caixas de papelão e lixo em locais não apropriados; manter caixas de gordura e galerias limpas e vedadas; e colocar tampas em ralos de áreas lavadas e algum tipo de vedação na parte inferior externa das portas.