A política externa de um país é o posicionamento da nação no contexto internacional. O Brasil tem, historicamente, a construção de imagem de neutralidade buscando credibilidade para atuar em situações estratégicas.
Uma organização privada constrói imagem organizacional e reputação considerando sua missão, visão e valores. Na indústria automobilística, os exemplos são claros de marcas ligadas à eficiência, ao luxo e ao mercado popular. Na política externa não é diferente.
O veto de diplomatas chineses à participação da primeira dama, Janja , em negociações bilaterais é um exemplo de como o Brasil passou a ser percebido recentemente. Com forte papel na política nacional, Janja passou a estar presente também em situações estratégicas da política externa. Em Paris, durante os Jogos Olímpicos, por exemplo. Um projeto de “Evita brasileira”.
Contudo, o papel questionável da primeira dama é apenas a ponta do iceberg. Aproximação ao Hamas, a negação da Venezuela como Estado ditatorial, crise diplomática com Israel, aproximação da Rússia com convite a Putin de vir ao Brasil demonstram uma política externa errática.
O Brasil passa a ser visto, cada vez mais, com ressalvas. O “f4ck Elon Musk” é apenas mais uma situação vexatória que ilustra a dificuldade em distinguir a política externa da conversa de boteco ou de devaneios caseiros. Potencializar uma crise com o novo governo americano não é uma atitude inteligente nem estratégica.
Reforçar posicionamento do ‘Sul Global” ou decolonialista é adotar uma pessoa reacionária e anacrônica. O posicionamento do país na política internacional é similar ao de uma organização que desconhece o motivo de sua existência e traça metas pessoais em detrimento de organizacionais. Credibilidade? Será?