Não tenho idéia de como se iniciou essa coisa de moda, sei que é algo antigo que pessoas vão seguindo outras em nome de uma padronização social. Já se viu moda de tudo quanto é esquisitice, bizarrias incontáveis de Oriente a Ocidente. No Estado de Minas Gerais a moda é comer queijo e falar trem, “queijo é trem bão demais da conta”,” Café sem queijo é trem ruim para entupir” e outros “trem” que levaria mais de uma lauda para descrever. A moda da tocaia que algumas novelas e filmes já explorou bastante, instalou-se na época dos coronéis do Brasil oligárquico, muitas pessoas foram mortas por moitas que cuspiam chumbo no meio do sertão cearense e outros sertões sem crachás. Tivera a incomoda moda do chifre, aquela que acometia famílias inteiras, por exemplo, a do seu Zé de Biguá, que tivera o avô galhado, seu pai também usou o chapéu e ele infelizmente não conseguiu escapar das antenas, mesmo conversando exaustivamente com a esposa Nalvinha sobre esta cruz que os homens da família carregavam. Tudo estava caminhando muito bem e ele contava nos dedos, eram dez anos de matrimonio, que resolvera comemorar a vitória com alguns amigos, já que os outros nos primeiros quatro anos de casados já tinham o chapéu de pontas. Neste dia Zé bebera tudo que não havia bebido em toda sua existência, mas fora dormir mais cedo, Nalvinha que também comemorava o milagre alcançado, perdera-se nos braços do sanfoneiro Malaquias que rasgou o fole sem um pingo de pena do amigo, que dormira sorrindo as paredes. No outro dia ao saber que a maldição se cumprira, abraçou a mulher com lágrimas nos olhos e prometeu que não largaria dela como fizera seus entes corneados, temente a castigos lembrou-se do que o Padre dissera sobre coisas unidas por Deus, que só a morte separa. As prostitutas não devem ser chamadas de aproveitadoras dos momentos, já que na época em que Cristo militava com seus apóstolos elas já exerciam o oficio, se bem que algumas podem ser exceções como donas de casa que caem na vida quando o marido finge não arranjar trabalho, e as outras que passam pela experiência amorosa do primeiro amor e não conseguem segurar o ardor do prazer. Esquisito é dizer que o exame de próstata virou moda em alguns lugares, tanto que um medico Cubano denunciou que um paciente passou pelo toque e depois de duas horas viera com um boletim de ocorrência da policia solicitando um novo exame, pois se sentia discriminado com a fugacidade do exame para detectar-se alguma anomalia. Em Juramento no Norte de Minas o cantor Amado Batista após um show, pernoitara em um hotel da cidade, pela manhã tomou café antes do retorno ao Rio de Janeiro, com muita correria o cantor esquecera uma escova de dente vermelha no bolso da camisa, partir daí os moradores passaram a usar o instrumento de higienização dental como adorno. Prova cabal deste modismo foi à foto estampada em outdoor da praça com o atual prefeito abraçado ao ex-presidente Lula com terno azul-marinho e a escova no bolso. A moda é amplamente copiada e merece destaque especial aquela que chega e desaparece como fumaça de pum. Geisy Arruda está resistindo, mas ninguém além dela se atreveria a usar vestido curto e subir escadas sobre cães nu cio. A moda das funkeiras com alcunha de frutas também se foi, depois do que viram no interior da melancia e o golpe do moranguinho na branca, sem contar a pêra na tentativa de eleger-se para garantir o futuro cantando suas musicas de pouca inspiração. Resumindo tudo isto que descrevo nesta informalidade permitida, a moda marca as pedras e as pedras rolam até caírem dos precipícios dos seus próprios conceitos, ordinários e de às vezes de pouca criatividade. Bom seria se chegasse o tempo em que abríssemos os jornais para ler em letras grandes, que doadores de órgãos estão na moda, doadores de sangue fazem filas nas portas dos hemocentros numa grande moda que envolve todas as raças. Ou que a moda em todos os cantos agora é pedir desculpas, pedir licença, abraçar e desejar a paz em todos os corações. Ainda, que a moda no Oriente médio é Palestinos e Judeus se abraçarem desejando bom dia e, boa noite ao cair do sol.
Por Adilson Cardoso
