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MG – Seca no rio São Francisco é a pior em 83 anos e vazão em Três Marias será reduzida

O cenário dramático de seca que vive a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco é a pior em 83 anos, desde que a vazões das hidrelétricas começaram a ser monitoradas, em 1931. O nível da represa de Três Marias, na Região Central do Estado, está em apenas 4,5% e os prejuízos financeiros e ambientais ao longo do Velho Chico supera milhões, segundo o presidente do comitê da bacia, Anivaldo Miranda.
MG – Seca na nascente do rio São Francisco
MG – Seca na nascente do rio São Francisco

Em uma reunião realizada nesta quinta-feira (9), entre a Agência Nacional de Águas (ANA), o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) novas medidas foram tomadas para evitar a seca total dos reservatórios.

Até o fim de outubro, a vazão de metros cúbicos de água por segundo em Três Marias, segundo maior da bacia, reduzirá de 150 para 140. O nível atual de Três Marias é de 551 metros. Um cronograma para novas reduções foi agendado até o fim do ano. Segundo Anivaldo Miranda, o objetivo da medida é frear a queda do nível do reservatório e chegar até o fim de novembro com apenas 2% do volume útil. Uma nova reunião será realizada no fim do mês e a Cemig levará dados de testes em suas turbinas para avaliar a produção de energia com a vazão menor.
Já na represa de Sobradinho (BA), foi mantida a vazão atual de 1.100 m³/s. No entanto, a ONS pediu autorização para o Ibama reduzir o número para 900 entre meia-noite e 6h.
Para o presidente da CBHSF, Anivaldo Miranda, as reduções são drásticas. As consequências da vazão menor afeta o meio ambiente, a pesca, a agricultura e todas as outras atividades econômicas que dependem do Velho Chico. “No baixo São Francisco, a pesca já reduziu em 90%. Empresas de navegação fluvial está falindo. Não é possível estimar o valor do prejuízo, mas supera milhões”, diz.
Miranda diz que a a CBHSF não irá emitir opinião sobre a redução da vazão, mas pede que novas medidas devem ser debatidas com toda os segmentos de produção multiúso da bacia, além do setor elétrico.
Ele diz que há outras saídas além da redução da vazão, como a redução do uso da água e energia. “Um cenário drástico pode se transformar em catastrófico”, afirmou Anivaldo, que complementa pedindo que o setor elétrico faça compensações pelas perdas ambientais provocadas pelo segmento.
Em nota, Agência Nacional de Águas (ANA), informou que a medida de redução da vazão em Três Marias é imediata “O objetivo é preservar o reservatório que está com 4,4% de seu volume útil devido às baixas vazões que estão chegando, que em outubro de 2014 foram de cerca de 10% da média do período”.
FURNAS
O nível da Represa de Furnas, na Região Centro-Oeste de Minas, também é de queda recorde para o setembro. Segundo o site da Furnas Centrais Elétricas, o nível nesta quinta-feira (9) do reservatório era de 755,43 metros, o que representa 20,35% da capacidade máxima. O número é cerca de cinco metros acima do nível mínimo de 750 metros.
É o pior resultado para o mês desde 2001, quando o nível ficou em 12,98%. O menor nível histórico do reservatório foi em dezembro de 1999, com apenas 751,90 metros ou 6,28% do reservatório.