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Após estrupo coletivo - Temer anuncia criação de 'delegacia da mulher' na Polícia Federal
Após estrupo coletivo - Temer anuncia criação de 'delegacia da mulher' na Polícia Federal

Após estrupo coletivo – Temer anuncia criação de ‘delegacia da mulher’ na Polícia Federal

Após estrupo coletivo – Temer anuncia criação de ‘delegacia da mulher’ na Polícia Federal

O presidente interino Michel Temer anunciou em sua conta no Twitter a criação de um departamento na Polícia Federal para combater a violência contra a mulher.

Esse departamento, segundo Temer, vai agrupar informações estaduais e coordenar ações em todo o país.

Após estrupo coletivo - Temer anuncia criação de 'delegacia da mulher' na Polícia Federal
Após estrupo coletivo – Temer anuncia criação de ‘delegacia da mulher’ na Polícia Federal

 

‘Chocado e indignado’, Temer também convocou reunião de emergência com secretários de segurança pública de todos os Estados, na próxima terça-feira (31), para falar sobre o caso de estupro coletivo divulgado nas redes sociais durante esta semana.

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Temer conversou com o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, e colocou toda estrutura de segurança e investigação do governo federal à disposição do governo do Rio de Janeiro para solucionar o caso o quanto antes.

“Nosso governo está mobilizado, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro para apurar as responsabilidades e punir com rigor os autores do estupro e da divulgação do ato criminoso nas redes sociais”, postou o perfil de Temer.

Veja os posts de Michel Temer

 

Dilma se posicionou

Na quinta-feira (26), a presidente afastada Dilma Rousseff também se manifestou contra o estupro coletivo. “Presto minha total solidariedade à jovem, menor de idade, estuprada por vários homens no Rio de Janeiro”, postou.

“Precismos combater, denunciar e punir este crime. É inaceitável que os crimes como esse continuem a acontecer. Repito, devemos identificar e punir os responsáveis”, postou Rousseff.

Ministro da Justiça

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, condenou nesta sexta-feira (27) o estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos em uma favela de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, no sábado (21).

“O estupro representa a maior violência à dignidade da mulher e deve ser duramente reprimido”, disse, em nota, o ministro. Moraes também afirmou que toda a estrutura da pasta está à disposição da Secretaria da Segurança Pública do Rio para as investigações do caso.

Moraes irá discutir o tema violência contra a mulher com os secretários de segurança de todo o país na próxima terça (31).

Secretaria da Mulher

Temer espera nomear no início da semana a nova secretária da Mulher, Fátima Pelaes. Como presidente do PMDB Mulher, Pelaes divulgou nota sobre o estupro coletivo.

Leia na íntegra abaixo

#PMDBMulher

Nota de Repúdio

Repudiamos a violência sofrida pela jovem, de 16 anos, que aconteceu no Rio de Janeiro e alcançou hoje repercussão internacional. A jovem foi dopada e estuprada por mais de 30 homens, e teve as imagens desta violência divulgada de forma massiva nas redes sociais pelos próprios criminosos que expuseram a vítima nua e sem condições de defesa.

Nosso repúdio à violência sofrida por ela, nosso respeito e solidariedade a família desta jovem que como tantas mulheres sofre a violência do estupro.

O Brasil teve no ano passado aproximadamente 47.646 estupros denunciados, segundo os dados oficiais das secretarias estaduais da Segurança coletados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

A cada três horas uma mulher é estuprada no Brasil. Muitas vítimas acabam não denunciando por medo ou vergonha, sendo a mulher o elo mais fraco e prejudicado deste ato de barbárie.

No Rio, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) investiga o vídeo divulgado pela rede social Twitter, que mostra a adolescente agredida.

Repudiamos todos os tipos de violência contra as mulheres. Precisamos combater, denunciar e punir este crime. É inaceitável que crimes como estes continuem a acontecer em nosso país.

O estupro coletivo desta jovem trouxe mais uma vez a cultura de estupro ao olhar de todos os brasileiros.

É preciso identificar e punir os responsáveis por tamanha atrocidades.

Barbáries reforçam o machismo, preconceito, sexismo, e mostram o quanto a nossa sociedade ainda precisa avançar no enfrentamento a todo tipo de violência contra a mulher.

Esse assunto não deveria ser apenas, ou especificamente, de interesse das mulheres. É uma assunto que interessa homens e mulheres engajados na construção de relações sociais mais justas e igualitárias.

Fatima Pelaes

Presidente do PMDB Mulher

O caso

A Polícia Civil já pediu a prisão de quatro homens após a abertura de inquérito para identificar 33 suspeitos. A investigação teve início após um vídeo da jovem, nua e desacordada, ser postado em redes sociais na terça (24). Entre os quatro suspeitos identificados estão dois rapazes que divulgaram imagens da menina na internet; os outros dois teriam praticado abusos. O garoto com quem ela se relacionava também teve a prisão pedida. Os suspeitos têm entre 18 e 41 anos.

Na gravação, um grupo de homens, em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por “mais de 30”. Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e passou a considerar, além da conjunção carnal, atos libidinosos como crime de estupro.

A vítima depôs à polícia na madrugada desta quinta (26) e contou que saiu de casa no sábado (21), à 1h, para ir à comunidade da Barão, em Jacarepaguá. Lá, encontraria um garoto de 19 anos com quem estava “ficando” e a quem identificou como “Petão”.

Os dois se conheceram no colégio há três anos. A jovem contou que, ao chegar na Barão, foi para a casa do rapaz, onde ficaram sozinhos. A partir daí, afirmou só se lembrar de ter acordado no dia seguinte, domingo, em outra casa.

Segundo seu relato, estava dopada, nua e sendo observada por 33 homens armados de fuzis e pistolas. A polícia suspeita que eles integrem a quadrilha de traficantes de drogas que atua na região.

Deboche

“Essa daqui é a famosa ‘come rato’ da Barão”, diz um homem no vídeo de 40 segundos, enquanto grava a menina inconsciente. “Mais de 30 engravidou [sic]”, diz outro, rindo. Ao menos três vozes masculinas podem ser ouvidas debochando na gravação.

“Olha onde o trem bala passou. Do Marreta. É nós, trem bala Marreta”, diz um deles, referindo-se ao grupo de traficantes do Comando Vermelho que controla a venda de drogas na comunidade e que é chefiado por Luiz Cláudio Machado, o Marreta, preso em 2014, no Paraguai.

Após os homens deixarem a casa, a adolescente vestiu uma roupa masculina e pegou um táxi para casa. Como não tinha dinheiro, a corrida foi paga por sua mãe.

Na terça (24), após saber que o vídeo estava nas redes sociais, a adolescente voltou para a comunidade e procurou pelo chefe do tráfico local. Segundo afirmou, queria recuperar seu celular, que havia sido roubado no morro. Seu depoimento sugere que ela também falou com o traficante sobre o estupro.

O criminoso, cujo nome não foi revelado, prometeu pagar o valor do aparelho em dinheiro e, segundo a jovem, afirmou que “procuraria saber sobre o estupro, porque ainda não tinha tomado conhecimento” do assunto.

À polícia, a vítima afirmou ser usuária de ecstasy e lança perfume, mas disse que não consumia drogas há um mês e que não o fez no dia em que foi atacada. Relatou ainda que estava “profundamente abalada” e que vinha sentindo “fortes dores internas, como se fosse no útero”.

Família em choque

Após o depoimento, a garota foi encaminhada a um hospital público no qual recebeu um coquetel de medicamentos para evitar doenças sexualmente transmissíveis. Também foi examinada no Instituto Médico Legal.

A família da adolescente, que é mãe de um garoto de três anos, soube do crime por meio de um vizinho, que telefonou após ver o vídeo na internet, na quarta (25).

“Chorei quando vi o vídeo. Choramos todos. Me arrependi de ter visto. Quando ouvimos a história, não acreditávamos no que estava acontecendo. É uma situação deprimente”, afirmou a avó materna da adolescente.

“Ela não está bem. Está muito confusa. A coisa foi muito séria”, afirmou. “Estamos muito fragilizados. O pai dela sofreu dois AVCs [Acidente Vascular Cerebral] no último ano”, disse a avó.