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Perda auditiva e o envelhecimento: entendendo os desafios e tratamentos

Perda auditiva e o envelhecimento: entendendo os desafios e tratamentos

A perda auditiva é um problema comum que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mas é particularmente prevalente entre a população idosa.

À medida que envelhecemos, a função auditiva pode naturalmente começar a diminuir, um fenômeno conhecido como presbiacusia.

Esta condição, que se manifesta gradualmente, torna-se um desafio crescente à medida que a expectativa de vida global continua a aumentar.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente um terço das pessoas com 65 anos ou mais sofrem de algum grau de perda auditiva incapacitante.

Por isso, a perda auditiva não é apenas um incômodo, ela tem implicações profundas na qualidade de vida, na comunicação e até mesmo na saúde mental dos idosos.

Neste artigo você irá descobrir a relação entre a perda auditiva e o envelhecimento, entender os desafios enfrentados por aqueles que vivem com essa condição e discutir as opções de tratamento disponíveis.

Como o envelhecimento afeta o sistema auditivo?

O envelhecimento tem um impacto notável no sistema auditivo, manifestando-se de várias maneiras.

As células ciliadas no ouvido interno, que convertem vibrações sonoras em sinais elétricos, podem se degenerar com a idade, afetando principalmente a sensibilidade a sons agudos.

A membrana basilar no cóclea pode se tornar mais rígida, dificultando a distinção de sons em ambientes barulhentos.

Outro fator que influencia é que, o fluxo sanguíneo reduzido para o ouvido interno e a calcificação dos ossículos no ouvido médio podem afetar a condução do som.

O acúmulo de cera e problemas de saúde crônicos comuns em idosos, como diabetes e hipertensão, também podem contribuir para a perda auditiva.

Sendo assim, o envelhecimento afeta o sistema auditivo de forma multifacetada, com mudanças que podem ser graduais e sutis, mas que têm implicações profundas para o diagnóstico, prevenção e tratamento da perda auditiva relacionada à idade.

Tipos de perda auditiva comuns em idosos

Na terceira idade, a perda auditiva pode se manifestar de várias maneiras, e os tipos mais comuns em idosos incluem:

Presbiacusia

Essa é a perda auditiva relacionada à idade e é a forma mais comum entre os idosos. É uma diminuição gradual da capacidade de ouvir sons agudos e geralmente afeta ambos os ouvidos igualmente.

A presbiacusia pode tornar difícil a compreensão da fala, especialmente quando há ruído de fundo.

Perda Auditiva Condutiva

Essa perda ocorre quando há problemas com o ouvido externo ou médio, como infecção, acúmulo de cera ou ossículos endurecidos.

Esses problemas podem bloquear ou limitar a passagem do som, fazendo com que os sons pareçam mais baixos ou abafados.

Perda Auditiva Sensorioneural

Este tipo é resultado de danos ao ouvido interno ou ao nervo auditivo. É comum em idosos e muitas vezes está associada à exposição prolongada ao ruído ao longo da vida, além de outros fatores de envelhecimento.

Pode afetar a capacidade de ouvir sons em certas frequências e também a qualidade do som ouvido.

Perda Auditiva Mista

Isso combina aspectos da perda condutiva e sensorioneural e pode ser mais complexa de tratar.

Pode ocorrer, por exemplo, se uma pessoa com presbiacusia também tiver uma infecção no ouvido médio.

Perda Auditiva Neural

Ocorre quando há dano ao nervo auditivo ou às vias auditivas no cérebro. Pode ser causada por fatores como tumores, doenças vasculares ou degeneração relacionada à idade.

Fatores de risco

A perda auditiva na terceira idade pode ser influenciada por uma variedade de fatores de risco, como:

  • Envelhecimento natural;
  • Exposição ao ruído;
  • Genética;
  • Doenças crônicas;
  • Medicamentos ototóxicos;
  • Infecções e traumas;
  • Falta de exames auditivos regulares.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da perda auditiva em idosos é um processo multifacetado que envolve várias etapas e pode incluir uma combinação dos seguintes métodos:

Anamnese e avaliação clínica: a avaliação começa com uma entrevista detalhada para entender os sintomas, o histórico médico e qualquer exposição a fatores de risco que possam levar também à surdez. O médico também pode realizar um exame físico do ouvido para verificar anormalidades visíveis, como bloqueio de cera ou infecção.

Teste de sussurro: este é um teste simples no qual o médico sussurra palavras a uma certa distância e pede ao paciente que as repita.

Audiometria Tonal: realizada por um audiologista, essa avaliação mede a capacidade do indivíduo de ouvir diferentes tons e intensidades de som.

Teste de reconhecimento de fala: esse teste avalia a capacidade do indivíduo de entender a fala em diferentes volumes e com ruído de fundo. Pode ajudar a determinar o tipo e o grau de perda auditiva.

Timpanometria: mede a mobilidade do tímpano e pode identificar problemas como fluido no ouvido médio, que pode afetar a audição.

Exames de imagem: em alguns casos, podem ser realizados exames como tomografia computadorizada ou ressonância magnética para examinar a estrutura do ouvido e identificar possíveis causas de perda auditiva, como tumores ou anormalidades estruturais.

Testes especializados: dependendo da situação, podem ser realizados testes mais especializados para avaliar o ouvido interno e o nervo auditivo, como o teste de Potenciais Evocados Auditivos do Tronco Encefálico (PEATC).

Opções de tratamento

A perda auditiva na terceira idade, embora comum e muitas vezes considerada uma parte natural do processo de envelhecimento, não é algo que deve ser ignorado ou deixado sem tratamento.

As opções de tratamento disponíveis são variadas e podem ser altamente eficazes na melhoria da comunicação e qualidade de vida.

Aparelhos Auditivos

Os aparelhos auditivos são a opção de tratamento mais comum e podem ser personalizados para atender às necessidades específicas de cada indivíduo. Eles amplificam os sons, facilitando a audição e a compreensão da fala.

Implantes Cocleares

Para perdas auditivas mais graves, os implantes cocleares podem ser uma opção. Eles são dispositivos cirurgicamente implantados que estimulam diretamente o nervo auditivo.

Terapia de Reabilitação Auditiva

Essa terapia envolve treinamento e práticas para melhorar a habilidade de escutar e comunicar, muitas vezes em conjunto com o uso de aparelhos auditivos.

Medicação e tratamento médico

Em alguns casos, medicamentos ou procedimentos médicos podem ser necessários, especialmente se a perda auditiva for causada por infecções, acúmulo de cera ou outras condições tratáveis.

Adaptações no estilo de vida

Mudanças no ambiente e no estilo de vida, como a utilização de tecnologia assistiva, podem facilitar a comunicação e o dia a dia da pessoa idosa com perda auditiva.