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Leandro Heringer
Leandro Heringer

Coluna de Leandro Heringer – Jojo Todynho x Ministério da Saúde: O Que a Polêmica Revela Sobre o SUS

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A cantora e influencer Jojo Todynho agitou a internet e a comunicação do Ministério da Saúde com suas críticas ao Sistema Único de Saúde (SUS). A artista viralizou nas plataformas digitais e gerou grande discussão. Atenta à movimentação, a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde chamou Cariucha, rival de Todynho em reality, para defender o SUS.

As críticas de Jojo focam no atendimento especializado, na demora para realização de exames e agendamentos. A defesa do Ministério da Saúde, por meio da funkeira e apresentadora Cariúcha, destaca outros serviços prestados, principalmente Vigilância Sanitária e imunização.

O debate gerou oportunidade de mostrar o que o SUS realiza, como pode ser aperfeiçoado e a percepção da população sobre o sistema de saúde brasileiro. A estratégia do Ministério da Saúde de polarizar para se defender certamente gerou engajamento e repercussão. Nesse contexto, fica a pergunta: “O SUS funciona?”

Para responder a essa questão, é essencial compreender a origem do sistema nacional de saúde. Até o final da década de 1980, o sistema público de saúde atendia apenas os trabalhadores com “Carteira assinada”. A saúde tornou-se “direito de todos e dever do Estado” somente após a promulgação da Constituição de 1988.

O sistema começou a ser estruturado a partir de 1990 com as leis 8080 e 8142. Portanto, havia um sistema legalmente constituído, mas não construído nem planejado. A gestão pública pensou o sistema depois de ele existir e de o direito ser universal. Não houve planejamento. A população passou a ter direito “no papel”, mas não de fato. A estrutura começou a ser ampliada para atender às demandas, a política pública foi desenhada e a corrida para concretizar os princípios do SUS iniciada.

Quais são esses princípios?

  • Universalidade de acesso aos serviços de saúde.
  • Integralidade de assistência.
  • Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral.
  • Igualdade da assistência à saúde.
  • Direito à informação sobre sua saúde.

Nota-se, portanto, que o Sistema ainda está em construção. A saúde complementar foi instituída também pensando em como suprir lacunas de atendimento. A população brasileira era de cerca de 140 milhões de pessoas em 1988. Em 2025, somos quase 220 milhões. Um crescimento de cerca de 50% de habitantes. A estrutura não acompanhou esse aumento.

Então, entende-se que o SUS desde o início estava fadado ao fracasso? Não. Nessa discussão, é possível afirmar que o SUS funciona. E também que não funciona a contento. O Ministério da Saúde citou pontos estratégicos e funcionais na estrutura da saúde pública. Jojo Todynho também elencou situações críticas. Há falta de atendimento especializado? Sim. Há demora em procedimentos? Certamente.

Além disso, é inegável o alcance do programa de imunização. A Vigilância Sanitária exerce, mesmo com limitações, um excelente papel em garantir produção e fornecimento de alimentos em condições sanitárias adequadas.

O SUS funciona dependendo da demanda. Não é pleno. Está longe de cumprir de forma total os próprios princípios, contudo cumpre funções primordiais na promoção da saúde. A polêmica gerou oportunidade para debater o que importa no SUS, como aperfeiçoar, o sentimento da população em relação à saúde pública, entre outros pontos importantes.

A comunicação do Ministério da Saúde trouxe uma estratégia que potencializou o debate. Polarizar pode ser desperdiçar a chance de diálogo e construção coletiva para o que realmente importa. Não importa ser do time Jojo ou Cariúcha, todavia construir e fortalecer o melhor SUS possível.