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Europa – Alerta de Ano Novo após ataques em Paris

Europa – Alerta de Ano Novo após ataques em Paris

Nível de alerta foi aumentado na Bélgica; onde investigadores apreenderam material de informática, roupas de treinamento militar e propaganda do Estado Islâmico Foto: AFP
Nível de alerta foi aumentado na Bélgica; onde investigadores apreenderam material de informática, roupas de treinamento militar e propaganda do Estado Islâmico – Foto: AFP

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Depois dos atentados de Paris, que deixaram 130 mortos em novembro, as autoridades europeias enfrentam um dilema: evitar ataques semelhantes mas, ao mesmo tempo, manter a tradição das grandes festas de rua no réveillon.

Na terça-feira, dois suspeitos de planejar atentados durante as comemorações de fim de ano em Bruxelas foram detidos em operações policiais que revelaram “sérias ameaças” contra vários locais simbólicos da capital belga. Segundo investigadores, os suspeitos teriam a intenção de levar a cabo ataques terroristas “no mesmo estilo” dos realizados na França — grande parte dos terroristas envolvidos no massacre de Paris vivia em Bruxelas.

Na Síria, o porta-voz da coalizão anti-Estado Islâmico confirmou a morte do jihadista francês Charafe al Mouadan, que estaria diretamente ligado ao belga Abdelhamid Abaaoud, mentor dos atentados na capital francesa. De acordo com o coronel americano Steve Warren, Al Mouadan — que preparava outros ataques — seria amigo de Samy Amimour, um dos terroristas que atacou a casa de espetáculos Bataclan. Ele teria partido para a Síria em agosto de 2013, quando foi indiciado na França. Al Mouadan foi morto em 24 de dezembro, e está entre dez outros líderes do grupo jihadista abatidos neste mês.
Nas operações na Bélgica, onde o nível de alerta foi aumentado, não foram encontrados armas ou explosivos, mas os investigadores apreenderam material de informática, roupas de treinamento militar e propaganda do Estado Islâmico (EI). Um dos detidos seria suspeito de “liderar a ameaça dos atentados, além de participar em atividades de terrorismo como dirigente e ser um forte recrutador”.
Com base em informações do serviço secreto, a polícia austríaca também advertiu para o perigo de ataques nas grandes festas de virada do ano nas metrópoles europeias. Em todas as grandes cidades, há fortes medidas de segurança, que foram acompanhadas por um debate sobre a proibição ou não de fogos.
Em Berlim, cidade que há 21 anos realiza o maior evento da Alemanha, 1.500 policiais “armados” de cães farejadores, mas sem ostentar pistolas ou metralhadoras, vão vigiar o espetáculo que deverá reunir mais de um milhão de pessoas. Dois milhões de turistas passam a virada do ano na capital alemã.
Nas festas de Londres e de Berlim, os participantes não precisarão renunciar ao tradicional show pirotécnico, embora apenas os oficiais tenham sido permitidos. Em Paris, cidade ainda traumatizada pelos atentados do dia 13 de novembro, a Torre Eiffel ficará colorida com efeitos luminosos. Na capital britânica, 3.000 policiais estarão de plantão, principalmente no Centro e em estações de metrô e trem.
— O público pode esperar ver policiais adicionais em Londres, incluindo um aumento do número de agentes com armas de fogo — afirmou o porta-voz da Polícia Metropolitana da capital, Jo Edwards. — Mas nossos planos são puramente por precaução e não como resultado de qualquer alerta específico da Inteligência.
Em Nova York, as ações para proteger os centenas de milhares de turistas esperados serão “mais amplas do que nunca”, disse o prefeito Bill de Blasio. Após os ataques de Paris, o EI divulgou imagens da Times Square.
— Eu entendo que todos estejam preocupados, e quero que todos entendam que Nova York está pronta e que os preparativos para o Ano Novo estão sendo mais abrangentes do que nunca — disse De Blasio a uma rádio local. — Essa é a cidade mais bem preparada do país contra o terrorismo. É um planejamento extraordinário. Nós temos um enorme número de policiais, incluindo homens da nova força antiterrorismo e do Comando de Resposta Crítica, com mais 500 oficiais especializados na prevenção contra o terrorismo.
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Na Holanda, onde 56 cidades proibiram os fogos, a questão não ficou restrita ao perigo terrorista. Já nos anos anteriores os holandeses exigiam a proibição, levando em conta a grande quantidade de acidentes e os custos altos: “dinheiro queimado”, como publicou um jornal local. Mas foram os atentados de Paris que tiveram um papel mais importante no debate atual, fazendo com que um grande número de cidades resolvesse proibir o uso de artefatos pirotécnicos.
Para evitar o uso ilegal, as autoridades criaram um sistema de sensores que identifica à distância, uma espécie de radar que ajuda na localização exata onde houve explosão de fogos de artifício. Algumas cidades, como Amersfoort, preservam assim mesmo a tradição. Lá, a festa no Centro será coroada pelo festival pirotécnico na virada do ano. Já os moradores e visitantes estão proibidos de soltar rojões. As cidades que proibiram ou limitaram o uso de fogos ameaçam com multas de € 10 a € 50 mil para os infratores que desrespeitarem a lei.
FESTA SERÁ ISOLADA NA ALEMANHA – Em Berlim houve um debate sobre a proibição total de fogos, como nas cidades holandesas ou em Paris, mas a proposta foi recusada pelas autoridades.
— O show de fogos no réveillon é uma tradição cultural — disse um porta-voz da prefeitura.
Já as cidades de Esslingen e Villigen, no Sul, proibiram radicalmente os foguetes. São permitidos apenas os fogos mais inofensivos, do tipo adequado até a crianças.
Para o chefe de polícia de Berlim, Klaus Kandt, tão importante quanto a segurança é manter um clima de normalidade. Segundo ele, o perigo — que vem principalmente dos cerca de 400 islamistas que voltaram da Síria — não é maior do que foi no ano passado.
Uma das novas medidas é a construção de uma cerca de 13 quilômetros que vai isolar a área da festa, entre o Portão de Brandenburgo e o monumento chamado Coluna da Vitória. Para evitar que terroristas se escondam no Parque Tiergarten, o segundo maior da cidade, com 210 hectares, o local estará fechado ao público.
Segundo Rainer Wohltat, porta-voz da empresa organizadora da festa, o portão é um possível alvo dos terroristas não só por causa do seu conteúdo simbólico — ele fica logo atrás da linha divisória do muro que dividiu a cidade até 1989. O perigo maior vem também dos “vizinhos”, embaixadas de nações que estão na lista de 60 países contra os quais o EI declarou guerra, dentre eles Estados Unidos e França, logo ao lado, e Reino Unido e Rússia, a cerca de 200 metros dali.
— O desafio da segurança é grande, mas nem por isso a festa vai deixar de ser animada — disse Wohltat, ao anunciar a lista de artistas que vão se apresentar nos três palcos que serão instalados na área da festa.
Mas nunca as medidas de segurança para a festa berlinense foram tão rigorosas. Cada palmo de terreno e árvore do parque foram examinados pelos especialistas em segurança. A festa começa hoje.
— O uso de maletas, mochilas ou simplesmente bolsas grandes está proibido — acrescentou Wohltat.
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