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Boxes serão completamente transformados na segunda fase da reforma de Interlagos
Boxes serão completamente transformados na segunda fase da reforma de Interlagos

F1 – Para 2015, F1 terá um ‘novo’ Autódromo de Interlagos

Equipes e pilotos da F1 se despediram no último domingo (9) dos boxes apertados do autódromo de Interlagos, em São Paulo. Alvo de críticas, o paddock será completamente transformado na segunda fase da reforma que está renovando o circuito desde julho e será retomada em janeiro de 2015.

Boxes serão completamente transformados na segunda fase da reforma de Interlagos
Boxes serão completamente transformados na segunda fase da reforma de Interlagos

De acordo com o projeto, ao qual a reportagem teve acesso, a área destinada às equipes será dobrada, passando de 4.500 para 8.900 metros quadrados. O maior espaço disponível no paddock, boxes e áreas de convivência vai favorecer a circulação de pilotos, dirigentes, jornalistas e convidados no autódromo da cidade de São Paulo.

Imagens do projeto mostram que o autódromo não vai perder a sua identidade, apesar da reconstrução quase total do prédio que abriga os boxes. A ideia inicial era transferir todo o paddock para a reta oposta. Mas prefeitura e técnicos decidiram recuar e manter as instalações onde estão agora para evitar uma mudança brusca na identidade do autódromo.

“Fizemos o projeto pensando justamente em não alterar a ‘cara’ do circuito”, afirmou Luis Ernesto Morales, engenheiro-chefe da reforma. A possível alteração do prédio dos boxes chegou a preocupar alguns pilotos. “Se mudasse para outro lugar, seria estranho. Gosto de como este circuito consegue manter sua verdadeira personalidade”, comentou o piloto inglês Lewis Hamilton, fã declarado de Interlagos.

A mudança mais marcante será a remoção da torre de controle, uma das referências do circuito paulistano. O controle das corridas ficará concentrado no prédio auxiliar, a ser construído ao lado do principal. Segundo o secretário municipal de infraestrutura urbana e obras, Roberto Garibe, o centro de controle não exige mais uma edificação mais alta para facilitar a observação do circuito, já que o acompanhamento das corridas é feito atualmente por cerca de 40 câmeras. “A torre era um sinal de atraso”, afirmou.

Sem a famosa torre na reta dos boxes, o autódromo de Interlagos deverá ter como nova referência a cobertura do paddock – será o primeiro coberto da Fórmula 1. Ela vai alcançar toda a área em que pilotos, equipes, jornalistas e convidados convivem.

O projeto prevê ainda que o paddock ganhe dois metros de largura e o acréscimo de quatro boxes (de 23 para 27), que serão mais amplos. Terão espaço maior graças a paredes mais finas e móveis. “Vamos aproveitar melhor o espaço existente”, afirmou o engenheiro-chefe.

Acima dos boxes, o prédio principal terá apenas um andar, todo dedicado ao setor VIP. Atualmente, há dois pisos, utilizados para receber camarotes e centro de imprensa. Os jornalistas ganharão uma sala maior, em uma galeria a ser construída ao fim dos centros de hospitalidade das equipes. O acesso ao paddock será subterrâneo.

Os convidados das escuderias também serão beneficiados pela reforma. As instalações provisórias serão substituídas por prédios permanentes e mais amplos. Atualmente pilotos e visitantes fazem refeições e recebem convidados em espaços apertados, em um corredor curto, entre pneus e o movimento constante de funcionários dos times.

A reforma, a maior desde que a Fórmula 1 voltou para São Paulo em 1990, teve início em julho deste ano a partir da troca do asfalto e mudanças na entrada e saída dos boxes. Foi uma exigência de Bernie Ecclestone, chefão da categoria, para renovar o contrato da capital paulista até 2020.

Após ser paralisada, em razão do GP de domingo passado, a reforma terá sequência no início de janeiro. De um total de R$ 160 milhões, bancados pelo Ministério do Turismo, a segunda parte da renovação terá custo de R$ 104 milhões. “Estamos conseguindo manter Interlagos em nível internacional”, comemorou Emerson Fittipaldi, satisfeito com a reforma. “A competição com os autódromos da Ásia, do Oriente Médio, estava sendo desleal”.