Instituições bancárias estão reajustando os valores das taxas mínimas para realização de financiamento imobiliário; entenda a influência da alta da Selic nesses aumentos e conheça as perspectivas para os próximos meses
A alta da Taxa Selic motivou o reajuste das taxas mínimas cobradas pelas instituições financeiras nos seus contratos de financiamento imobiliário. Essa situação mostra por que acompanhar a alta da Selic é importante para quem está planejando fazer um financiamento.
A taxa de financiamento imobiliário desempenha um papel importante na análise da viabilidade de assinar um contrato de financiamento, razão pela qual os consumidores devem estar atentos às variações da Selic e demais movimentos econômicos, garantindo escolhas financeiras inteligentes.
Aumento da taxa básica de juros
A Taxa Selic, que também é conhecida como taxa básica de juros da economia, é uma das principais ferramentas utilizadas pelo Banco Central do Brasil para controlar o volume de recursos em circulação no território nacional.
De forma geral, essa taxa é usada de forma estratégica, regulando a inflação. Assim, quando os preços começam a subir porque a economia está aquecida, havendo risco de afetar a meta de inflação, a Taxa Selic é elevada pelo BC; em contrapartida, quando o objetivo é estimular o consumo e aquecer a economia, a Taxa Selic diminui.
Recentemente, observamos um aumento expressivo na Taxa Selic — em agosto de 2021 ela subiu de 4,25% para 5,25% ao ano — e esse crescimento motivou uma movimentação das instituições bancárias no sentido de subir as taxas cobradas para os financiamentos imobiliários.
O que isso significa? Basicamente, que o custo do crédito para aquisição de imóveis deve se elevar nos próximos meses.
Taxas praticadas pelos bancos
Em agosto, após o Banco Central informar o aumento da Selic para 5,25%, várias instituições bancárias modificaram suas taxas mínimas de crédito imobiliário:
- Itaú Unibanco – aumentou a taxa mínima de uma das suas linhas de crédito imobiliárias mais tradicionais. A taxa, que era de 6,9% ao ano + TR, agora é de 7,3% ao ano +TR;
- Santander – elevou o custo mínimo de crédito imobiliário, que era de 6,99% ao ano para 7,99% ao ano;
- Banco do Brasil – agora conta com taxas que partem de 6,55% ao ano;
- Bradesco – conta com tarifas mínimas de 6,90% ao ano, tendo sido esse reajuste realizado em julho de 2021;
- Caixa Econômica Federal – tarifa mínima de 7% ao ano +TR.
É importante salientar que as taxas informadas são as chamadas taxas mínimas e que o consumidor que deseja ter acesso a juros mais baixos precisa negociar com a instituição financeira. As regras e condições mudam de um banco para o outro, por isso é importante negociar.
Aspectos como valor do imóvel, perfil do cliente, tempo de relacionamento com o banco e renda podem afetar a taxa de juros. Neste contexto, a melhor forma de conseguir um bom contrato é por meio de uma boa pesquisa entre diferentes instituições.
Outra dica fundamental é que o consumidor, além da taxa de juros, avalie questões como:
- seguros obrigatórios;
- pacote de serviços exigidos para acessar aquela taxa;
- custo efetivo total; e,
- sistema de amortização utilizado (Tabela Price ou SAC).
Quem está planejando obter um crédito imobiliário precisa estar atento à economia. Em 2020 as taxas médias de crédito imobiliário sofreram variações significativas: no começo de 2020 giravam em 10%; em março de 2021, atingiram 6,3%; e atualmente estão em torno de 7,5% ao ano.
Estima-se que, com a possibilidade de novos aumentos da Selic e de outras taxas de longo prazo, o crédito imobiliário ainda possa ficar mais caro.
Vale a pena fazer um financiamento imobiliário neste momento?
Essa é a dúvida de grande parte dos tomadores de crédito: afinal, será que está valendo a pena fazer um financiamento imobiliário neste momento de aumento da Selic?
Mesmo com os últimos aumentos, o cenário ainda é considerado favorável para quem está pensando em financiar um imóvel.
Inclusive, talvez seja um momento bem oportuno para os consumidores que querem realizar o sonho de conquistar a casa própria. Isso porque as taxas de juros devem continuar subindo, razão pela qual a espera pela obtenção do crédito pode custar mais caro para o consumidor.
Antes de obter crédito, recomenda-se avaliar o contrato com calma, atentando-se especialmente ao Custo Efetivo Total (CET), que é um dos fatores mais relevantes no momento da análise de custos de um contrato de financiamento imobiliário.