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Montes Claros - CCZ confirma duas mortes por leishmaniose em Montes Claros
Montes Claros - CCZ confirma duas mortes por leishmaniose em Montes Claros

Montes Claros – CCZ confirma duas mortes por leishmaniose em Montes Claros

Montes Claros – CCZ confirma duas mortes por leishmaniose em Montes Claros

Montes Claros - CCZ confirma duas mortes por leishmaniose em Montes Claros
Montes Claros – CCZ confirma duas mortes por leishmaniose em Montes Claros

 

Nesta quinta-feira (22/06/2017) o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) afirmou  que o município de Montes Claros, registrou duas mortes por leishmaniose visceral humana em 2017.

As vítimas,registradas até agora pelo CCZ, foram pessoas idosas, uma e da comunidade de Madacaru e uma outra do bairro São Geraldo II

Segundo o CCZ são quatorze (14) os casos suspeitos que estão sendo investigados.

Ainda de acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) durante todo o ano de 2016 somente dois casos resultaram em óbito em Montes Claros.

De acordo com o Hospital Universitário Clemente de Faria que é referência no tratamento da doença na região. Os números registrados pelo hospital entre 1º de janeiro e esta quarta-feira, 21 de junho, apontam que 196 pessoas foram atendidas com a doença. Estes atendimentos representam um número 71,9% maior que o mesmo período de 2016, quando foram registrados pelo hospital 114 pacientes com a doença.

Leishmaniose Visceral: Tratamento e Prevenção

A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, esplenomegalia tropical e febre dundun, é uma doença causada pelo protozoário tripanossomatídeo Leishmania chagasi. É transmitida por vetores da espécie Lutzomia longipalpis e L. cruzi; mosquitos de tamanho diminuto e de cor clara, que vivem em ambientes escuros, úmidos e com acúmulo de lixo orgânico (ex.: galinheiros). Suas fêmeas se alimentam de sangue, preferencialmente ao fim da tarde, para o desenvolvimento de seus ovos.

Pessoas e outros animais infectados são considerados reservatórios da doença, uma vez que o mosquito, ao sugar o sangue destes, pode transmiti-lo a outros indivíduos ao picá-los. Em região rural e de mata, os roedores e raposas são os principais; no ambiente urbano, os cães fazem esse papel. Quanto a este fato, podemos entendê-lo ao considerarmos a proximidade que estes animais têm com a nossa espécie e que nem todos, quando infectados, apresentam os sinais da doença (emagrecimento, perda de pelos e lesões na pele).

Indivíduos humanos apresentam febre de longa duração, fraqueza, emagrecimento e palidez como sintomas. Fígado e baço podem ter seu tamanho aumentado, já que a doença acomete estes órgãos, podendo atingir também a medula óssea. O período de incubação é muito variável: entre dez dias e dois anos.

Doença endêmica em 62 países, no Brasil são registrados cerca de 3000 casos por ano, sendo que mais de 5% dos acometidos vão a óbito, cerca de um ou dois anos após o surgimento dos sintomas: grande parte em razão da falta de tratamento.

Para diagnóstico, exame de sangue para análise de anticorpos específicos, punção – com inoculação do material em cobaias – ou biópsia dos possíveis órgãos afetados são as principais formas de confirmar a presença do patógeno. O tratamento é feito com fármacos específicos, distribuídos pelo governo em hospitais de referência.

Medidas de prevenção e controle ainda não foram capazes de impedir a ocorrência de novos surtos do calazar. Entretanto, usar repelentes quando estiver em região com casos de leishmaniose visceral e armazenar adequadamente o lixo orgânico (a fim de evitar a ação do mosquito), além de não utilizar agulhas utilizadas por terceiros, são medidas individuais que diminuem a probabilidade de ser contaminado. Vale ressaltar, também, que existem repelentes especiais para cães, evitando que sejam picados pelos Lutzomia.

O controle dos vetores e tratamento das pessoas doentes são outras importantes formas para evitar a leishmaniose visceral. Quanto aos cães contaminados, muitos veterinários indicam a eutanásia, sem frisar que existe tratamento para o cão, embora com ressalvas. Este não os cura, mas promove melhor qualidade e tempo de vida. No entanto, não são todos os animais que podem passar por tais procedimentos, uma vez que os fármacos utilizados são significantemente fortes, podendo colocar em risco a vida do indivíduo. Assim, o tratamento é indicado àqueles  que não alcançaram a velhice e cujo rim não se encontra comprometido; desde que o dono se responsabilize pela continudade do tratamento (caro e longo) e promoção de cuidados específicos, orientados pelo médico veterinário. Dentre tais procedimentos, dois muito importantes são a utilização semanal de inseticidas na residência, e o uso de repelentes no cão, que impedem o contato de tais animais com os mosquitos transmissores da doença. Assim, nota-se a grande e nobre responsabilidade que o dono de um cão portador de leishmaniose tem perante seu animal e a sociedade.