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Bebida alcoólica corta efeito de remédios?

Ingestão não é indicada principalmente para quem toma medicações psiquiátricas ou mais fortes

Quem gosta de aproveitar festas e eventos sociais com tudo a que tem direito provavelmente já se perguntou se não seria possível beber com moderação durante um tratamento com medicamentos. Será que até mesmo as cervejas estão proibidas durante esse período por cortarem o efeito dos remédios?

Antes de mais nada, todos os órgãos de saúde não recomendam o consumo de bebidas alcoólicas com nenhum tipo de medicamento. Infelizmente, ao contrário do que muitos acham, o álcool também é uma droga e pode trazer resultados nada agradáveis quando misturado com outras substâncias.

Porém, é possível que você esqueça que tomou determinado medicamento e acabe bebendo uma cervejinha no fim de semana com os amigos. O quanto isso deve te preocupar? Vamos analisar diferentes aspectos dessa combinação para você saber em qual nível a bebida alcoólica prejudica o efeito de determinados remédios.

Categorias de remédios

Antes de respondermos se beber álcool durante o uso de medicamentos faz mal, é necessário entender um pouco sobre três principais categorias de remédios. Elas são divididas conforme o tempo de ação no organismo e o tipo de tratamento.

Antibióticos

Os antibióticos são medicamentos fortes usados em tratamentos de infecções bacterianas e, por esse motivo, precisam ser tomados em horários determinados durante vários dias. Isso significa que o efeito do remédio é cumulativo e precisa de alguns dias para curar completamente a pessoa.

O consumo de álcool durante um tratamento medicamentoso com antibióticos vai acelerar a saída do remédio de dentro do organismo. Ou seja, se o efeito da substância só acontece de acordo com o tempo em que ele age dentro do corpo, sua eliminação precoce atrapalha a ação e a eficiência do tratamento.

Anti-inflamatórios e analgésicos

Os analgésicos e anti-inflamatórios são medicamentos usados no alívio rápido de dores, inchaços, coriza e sintomas de contusões ou resfriados.

No caso desses medicamentos, o recomendado é esperar aproximadamente 24 horas para ingerir bebidas alcoólicas. Se misturado com dipirona, por exemplo, o álcool pode ter seu efeito potencializado.

Dessa forma, uma pessoa que bebeu apenas uma cerveja pode ter alterações de comportamento em pouco tempo e ocasionar situações não desejadas e até mesmo perigosas.

No caso de fitas adesivas e sprays, o corpo não está absorvendo de forma direta um medicamento, então o consumo de bebida alcoólica é menos prejudicial, embora ainda não indicado.

Antialérgicos e antidepressivos

As situações mais críticas são em relação a esta última categoria de medicamentos, os antialérgicos e antidepressivos. Enquanto uns atuam diretamente no sistema de alerta do corpo, ou seja, o sistema imune, o outro age diretamente sobre partes do cérebro.

A combinação desse tipo de remédios com bebidas alcoólicas é ainda mais desaconselhado, pois seus efeitos podem ser totalmente inesperados e demandar atendimento médico urgente.

Ao misturar antialérgico com bebidas como cerveja, o efeito sedativo pode ser aumentado, ocasionando sonolência, dificuldade de fala, desequilíbrios e tonturas e dificuldade de concentração. Portanto, não é uma mistura segura para ser ingerida, especialmente se você for sair de casa.

No caso dos antidepressivos e ansiolíticos, a mistura com bebidas alcoólicas pode causar desde problemas temporários, como perda de memória, tontura, sonolência extrema e desmaios, até complicações mais sérias, como paradas respiratórias e coma.

Mas, afinal, pode beber e tomar remédio?

Existem medicamentos que reagem de forma mais segura quanto ingeridos antes ou após o uso de bebidas alcoólicas. Então, embora seu consumo não seja incentivado, ele poderá apenas cortar o efeito do remédio sem causar maiores danos. Entretanto, você terá que retomar o tratamento do zero, prolongando o tempo de tratamento.

Se você toma remédios que agem diretamente no sistema nervoso, além de cortar o efeito, o consumo de álcool pode gerar perigos de saúde e até de vida. Na dúvida, sempre consulte o seu médico de confiança.